quarta-feira, 30 de abril de 2008

Camacho tem-lo curto mas bom!


A língua portuguesa tem coisas maravilhosas! As minhas preferidas são as contracções e as pronominalizações... Advirto já que só estou a escrever este post porque queria muito escrever “pronominalizações” e porque me apetecia imaginar uma conversa idiota (mais uma semelhante a todas os que os mui dignos bandidos aqui representados têm) que revolvesse em torno desta problemática.
As duas “coisas” acima enunciadas são difíceis de dizer por si só, quanto mais entender! Contracções, supostamente, têm as grávidas. Pronominalizações ninguém tem mas eu gostava de ter...
Apesar desta dificuldade inicial, o aspecto final do respectivo uso não é mau de todo! Deveria ser particularmente interessante dizer “quero ir a o prostíbulo” em vez de “quero ir ao prostíbulo”. E podem acontecer coisas espectaculares como transformar “vão mostrar a nós a patareca” em “vão-no-la mostrar” (e devo dizer que gosto particularmente de dizer “vão-no-la”. Experimentem lá dizer isto em voz alta... Nem sei bem o que parece, mas é catita!)
A utilidade “disto” é extraordinária! Permite ter uma conversa sem que mais ninguém saiba do que se está a falar:
- Vão trazê-lo?
- Sim. Trazemos-to amanhã. Têm-na aí?
- Não. Só vo-la entregamos depois de vocês no-lo trazerem!
- Vocês não falhem! Se não no-la entregam amanhã, nós fodemo-vos...
Esta conversa rocambolesca, que acaba com uma asneira só para vos mostrar quem manda aqui, é um exemplo acabado da pertinência de usar estas “coisas” quer seja para discutir operações (quiçá) ilícitas, quer seja para, simplesmente, irritar quem estiver por perto! É do melhor que há!
Agora imaginem “a conversa do Carolina Michaelis” sem “isto”:
- Dá a mim o telemóvel!
- Não dou a ti o telemóvel porque já te disse que não podes ter o telemóvel na sala.
- Mas eu quero o telemóvel! Dá o telemóvel a mim! Dá o telemóvel a mim!
(E aqui acabava o tempo disponível que “o colega” tinha para filmar a cena já que, à pala de tantas palavras usarem, não sobrava tempo para a pancadaria propriamente dita!)
E ainda dizem que os professores não os têm no sítio! Ai têm-nos, têm-nos, só que não no-los gabam por pudor! (os alunos, i.e.)

E, só mesmo para terminar, uma nota de humor...
Marido e mulher dividiam uma garrafa de um bom vinho quando ele diz:
- Aposto em como não és capaz de dizer algo que me deixe alegre e triste ao mesmo tempo.
A mulher pensou 2 segundos e disparou:
- A tua pila é maior que a do António.
In http://epacumcatano.blogspot.com/

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