sexta-feira, 30 de abril de 2010
Agências de Rating para Tótos
«As agências de notação de risco de crédito começaram a sua actividade como empresas de estudo de mercado: faziam avaliações de dívidas institucionais e cobravam esse serviço a pessoas que estudavam a hipótese de comprar essas dívidas. Porém, com o tempo, foram-se transformando em empresas de cariz muito diferente: passaram a ser contratadas por quem vendia as dívidas para aporem nelas o seu selo de aprovação.
Ora - sabe-se agora -que estas agências de rating atribuíram uma classificação AAA (a mais alta) a centenas de milhares de milhões de dólares de activos duvidosos que se viria a perceber mais tarde serem quase todos lixo tóxico. E não se pense que se trata de uma hipérbole. Longe disso: dos títulos hipotecários subprime classificados com AAA em 2006, 93% (!) foram considerados lixo.»
by Paul Krugman do The New York Times
Aceitar que estes monstros sagrados (e queimados da crise financeira) possam continuar a traçar e a condicionar o nosso fado e o fandango dos outros é o equivalente a confiar ao amigo cego, maneta, alcoólico e com um historial de acidentes maior que o sector da construção civil portuguesa a responsabilidade de ser o designated driver, durante uma noite, da nossa família. Mas inteirinha (numa dessas carrinhas com 12 lugares ou assim).
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Agressividade ao volante
Um estudo - mais um desses que inundam as páginas dos jornais deste país - da Faculdade de Psicologia da Universidade Lusófona sobre a agressividade dos portugueses ao volante concluiu, da forma resumida que segue, sobre as diferenças entre sexos aquando da condução:
Homens: insultam, fazem gestos obscenos, desrespeitam as regras ou reagem com maior impulsividade quando estão à procura de novas sensações. Os comportamentos pioram quando há um historial de acidentes.
Mulheres: recorrem aos gestos hostis, buzinam, não respeitam os semáforos nem dão prioridade [e, acrescento eu, não deixam ninguém passar à frente]. Condução lenta e indelicadeza são outras características entre as que já estiveram envolvidas em acidentes; a instabilidade emocional potencia os seus comportamentos agressivos.
in Jornal i
terça-feira, 27 de abril de 2010
Penugens, pilosidades e parvoíce
A psicopatia que atormenta uma (alegre) minoria de mulheres por este mundo fora, vítimas duma encenada dejungia sexual, ainda vai parindo alarvidades como aquela que (novamente!?) quer irromper com a - chamemos-lhe - liberdade pilosa do feminino no século XXI.
Ora, atandendo ao tom empregue no intróito deste disparo, não será dificil ao sulfatoso leitor perceber que eu, Cactus Jack, e os restantes bandidos (estou certo) estamos profunda e liminarmente contra este pseudo-acto e/ou movimento político-sócio-revolucionário!
Esta pancada teve a sua génese casual e, concomitantemente, o seu apogeu, no bonito ano de 1999 quando a doce Julia Roberts se esqueceu (ou melhor, se lembrou) de (não) talhar os cabelos que lhe irrompiam das axilas em apressada direcção para o subsolo na estreia do filme "Notting Hill". O mundo indignou-se. O mundo questionou. O mundo bolsou. E a actriz lá emendou a mão.
E os anos 00 lá se passaram, com maior ou menor dificuldade, na missão de fazer entender às mulheres aquele que ainda, mas não só (calma galinhas!), vai sendo o seu papel no mundo: o de contribuirem para o embelezarem. Assim como o papel de parede embelezava as divisões dum apartamento nos idos anos 70 do século passado, diga-se.
Mas hoje em dia, muito por culpa de estrelas wannabe (tais como Amanda Palmer, Tracie Dinwiddie ou Danielle Belton) ou de simples idiotas no feminino (tais como Celine Dion ou Alicia Silverstone), esta estranha forma de grotesca liberdade está de volta!
Alegam, umas, que a "depilação é coisa de brancos" e, outras, que "está na altura de mudar o padrão cultural de beleza e depilação".
Pois bem, assim sendo, e movido pelo refluxo gástrico que teima em sacudir o meu corpo e em tocar à campainha (que é, como quem diz, na úvula), sou de propor que os homens que sejam vítimas silenciosas desta atitude de repugnante egoísmo e parvoíce do feminino (ou que, simplesmente gostem das sugestões propostas) se comprometam a alterar o padrão cultural de asseio e de apresentação social, coçando muito mais vezes o rabo em público, arrotando sempre que o gás do gin tónico sobe ao nariz, peidando-se de cada vez que os enchidos do cozido ganham vida própria nos intestinos e negando-se ao tradicional modelo de monogâmia que é coisa típica dos pinguins-imperadores.
Façam isto que a parvoíce da penugem au naturel passa-lhes.
segunda-feira, 26 de abril de 2010
domingo, 25 de abril de 2010
Quando for grande quero ser cão!
Nestas alturas em que as cadelas até trepam paredes, o meu cão tem por hábito desaparecer por 2 ou 3 dias. Não mete as patas em casa! Há anos que isto se repete! Viemos a saber que percorre o bairro todo, de portão em portão, a arrombar tudo o que gane.
Passados 2 ou 3 dias volta a casa. Aparece um bocado mal tratado, sujo, cheio de fome. Mal se mexe. E perante este cenário, o que o espera? Um banho, comida, um sítio para descansar e umas festas para saudar o regresso do desaparecido em combate!
Mulheres, já aprendiam qualquer coisa não?
sexta-feira, 23 de abril de 2010
A frase (ao estilo da máfia) da semana
"Se alguma vez invoquei o nome do primeiro-ministro [aka O Padrinho], em conversas privadas ou outras, se o fiz, fi-lo abusivamente, e tenho de assumir as responsabilidades, aceitar todas as consequências e pedir as devidas desculpas ao sr. primeiro-ministro [aka O Padrinho]."
by Rui Pedro "Donkey Face" Soares ontem na Comissão de Inquérito
quarta-feira, 21 de abril de 2010
terça-feira, 20 de abril de 2010
enquadra-se á maior parte dos visados deste pasquim!
"Acho deliciosamente inacreditável este apanágio de ter tanto de bêbado como de preeminente intelectual.
Pessoas como eu deviam ser salvaguardadas e incorridas em merecimento.
Pessoas como eu, que conseguem coadunar o tresandar a álcool, o mau hálito, o equilíbrio descompensado e a falta de memória de curto/médio prazo com um discurso eloquente e articulado, uma voz melíflua e harmoniosa e um vasto conhecimento de filosofia e lógica mundana deviam ser guardadas numa caixinha com furinhos e umas quantas folhinhas de alface de tão preciosas que são."
in chouriço.blogspot.com
Pessoas como eu deviam ser salvaguardadas e incorridas em merecimento.
Pessoas como eu, que conseguem coadunar o tresandar a álcool, o mau hálito, o equilíbrio descompensado e a falta de memória de curto/médio prazo com um discurso eloquente e articulado, uma voz melíflua e harmoniosa e um vasto conhecimento de filosofia e lógica mundana deviam ser guardadas numa caixinha com furinhos e umas quantas folhinhas de alface de tão preciosas que são."
in chouriço.blogspot.com
segunda-feira, 19 de abril de 2010
A frase do fim-de-semana (desportivo)
sexta-feira, 16 de abril de 2010
quarta-feira, 14 de abril de 2010
The way of gun - Lesson # 2
Aceitando o repto lançado pelo bandido A. Dalton, também eu aqui verterei alguns considerandos e/ou ajudas que, acredito, permitirão aos frequentadores deste pasquim de ilegalidades uma interacção mais confiante e diletante com o sexo oposto (e só com o sexo oposto!).
Um dos momentos mais confrangedores na interacção com fêmeas irrompe aquando do denominado momento de "pré-osculação". De facto, antes das fêmeas se decidirem pela consagração do beijo, algumas dúvidas de dever-ser irrompem nas suas atarefadas cabecinhas, razão pela qual um bandido experiente deve estar preparado para a sufocar as suas dúvidas emergentes com teorias, estudos e argumentos, mais ou menos técnicos, que façam pender a balança para o prato da devassa e da libertinagem.
Assim, nos momentos de hesitação femininos, o macho alfa deve utilizar um dos argumentos que seguem infra elencados, a saber:
1. Um beijo liberta endrofinas que acalmam e potenciam a felicidade (tal como acontece aquando da prática de desportos radicais);
2. Um beijo (ou mais) queimam calorias, sendo que um simples xoxo queima qualquer coisa como 1,5 calorias e um linguadão de força com duração não inferior a 20min queima o equivalente em calorias a um chocolate de leite (tipo Kinder, acho eu);
3. Um beijo, e a consequente troca de saliva, é um dos mais eficazes modelos de comparabilidade genética que o ser humano dispõe. Verdadeiramente, a química entre duas pessoas sai definida no final do primeiro beijo desinibido;
4. Os lábios são cem vezes mais sensíveis que as pontas dos dedos, sendo que um linguadão descontrolado obriga 34 músculos a trabalhar a sério (um nível de trabalho apenas comparável àquele a que se sujeitam as crianças indonésias nas fábricas da Nike espalhadas pelo país).
P.S. Uma nota final, apenas, para esclarecer os frequentadores deste espaço de maledicência do cuidado na utilização do ponto 4., porquanto numa fase mais avançada da interacção com a fêmea alvo da investida o mesmo se pode virar contra vocês. Assim, a utilização das pontas dos dedos, aquando da exploração de zonas corporais mais recônditas, e posteriores ao uso do referido ponto 4., deverá ser acompanhada de um descontrolo motor nunca antes experimentado e por estes simples (porém eficazes) dizeres: "nunca me senti assim" e/ou "estou tão feliz por te ter encontrado".
terça-feira, 13 de abril de 2010
Import/Export # 40: Messi, Ronaldo e Maradona (D10s)
«(...) Há qualquer coisa de milagroso em Messi que não vejo em Ronaldo. É como se tudo fosse natural. Ronaldo não larga a bola. Com Messi, parece que é a bola que não o larga a ele.
Depois há o mito. Messi parece ter o corpo contra ele. É como se aquilo viesse tudo dos céus. Ronaldo tem as formas perfeitas e a elas acrescentou a técnica e o trabalho. É evidente onde vai buscar o talento. E nós, simples mortais, precisamos do mistério.
Nenhum deles pode ser comparado a Maradona. Porque Maradona, para além de ser o melhor jogador da história do futebol, é um herói trágico. E para ser um herói é preciso mais do que jogar bem. Fora de campo, é mais fácil gostar de Messi do que de Ronaldo. Não vivendo no excesso, como Maradona, tem, pelo contrário, a maturidade de nos fazer acreditar que é humilde. Olhamos para Ronaldo como o menino-prodígio que não cresceu com o seu génio. Olhamos para Messi como o filho predileto dos deuses. (...)»
by Daniel Oliveira in Jornal Record
sexta-feira, 9 de abril de 2010
The way of gun! lesson N #1
Meus caros seguidores, este miseravel blog anda a falar de futebol a mais, e como indica o lema, só pensamos em tresmalhar ovelhas, por isso vamos começar um rubrica nova:
THE WAY OF GUN!
para quem não está familiarizado com o tema passo a uma breve descrição, todos estes bandidos vão dar umas ajudas para todos vocês acopolarem mais vezes com menos tentativas, isto é, trocando por palavreado certo, vamos é levar menos tampas, para isso, vamo-nos moldar ás femeas ou ao gado diverso...
1ª liçao: não sejam bondosos e queridos para elas, elas fartam-se rapidamente, façam de conta que se estão completamente a cagar e quando sentem que estão quase a perdê-la... é a hora certa para lhe dar a atenção que ela merece, senão acontece isto:
THE WAY OF GUN!
para quem não está familiarizado com o tema passo a uma breve descrição, todos estes bandidos vão dar umas ajudas para todos vocês acopolarem mais vezes com menos tentativas, isto é, trocando por palavreado certo, vamos é levar menos tampas, para isso, vamo-nos moldar ás femeas ou ao gado diverso...
1ª liçao: não sejam bondosos e queridos para elas, elas fartam-se rapidamente, façam de conta que se estão completamente a cagar e quando sentem que estão quase a perdê-la... é a hora certa para lhe dar a atenção que ela merece, senão acontece isto:
Estamos tristes, mas estamos bem...!
O Benfica perdeu...!
A tristeza é do tamanho do sonho de voltarmos a ver o Benfica conquistar a Europa. Sim, ainda que fosse a segunda prova da UEFA, a Liga Europa traria um indubitável input ao relançamento do Benfica em termos europeus. Ainda para mais com os adversários que o Benfica foi deixando pelo caminho e a forma como os foi deixando pelo caminho.
E agora?! Agora temos de levar com piadinhas de algibeira que estavam guardadas, pela corja anti-benfiquista, em vinagre de azia com mais de 8 meses. Temos de levar com remoques taberneiros e aceitar que, desta feita, a equipa adversária foi melhor do que nós. E foi. Ponto final.
Consolo?! Não há. Uma vitória no campeonato cumprirá, obviamente, a obrigação de nos saciar a fome interna, mas deixará no palato o sabor agridoce que só quem sabe ter condições para fazer mais e/ou os degustadores de pato fu (prato chinês em que o pato é servido com molho agridoce) sentem.
Mas está tudo bem...!
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Boa viagem, PUSHERMAN!
Alexandre o grande fundou-a, mas para quem a irá ocupar e transformá-la no centro do seu negócio de pó, aqui fica a inspiração com a ajuda de Curtis Mayfield. E como "dealer" é só aplicável a elites, a esse rebelde que, em vez de pó branco, vende pó cinzento, fica, a partir do jantar de amanhã, atribuído um novo epíteto: PUSHERMAN
E, para quem desconhece a expressão, deixo a explicação, sem necessidade de tradução:
"What differentiates a 'pusherman' from a 'drug dealer' is that the 'pusherman' in notorious for loose morals, poor quality intoxicants and/or unfair prices."
Foge, bandido, foge!
E, para quem desconhece a expressão, deixo a explicação, sem necessidade de tradução:
"What differentiates a 'pusherman' from a 'drug dealer' is that the 'pusherman' in notorious for loose morals, poor quality intoxicants and/or unfair prices."
Foge, bandido, foge!
Import/Export # 39: Carrega-me, por favor!
«(...) Depois de exibições brilhantes e de um futebol como há meia dúzia de anos não se via em Portugal, este Benfica de Jesus deixa qualquer benfiquista a sonhar... sobretudo os que têm menos de 50 anos e que, por isso, nunca viram o clube ganhar um título na Europa.
Ser campeão, como vai acontecer ao Benfica, é muito bom. Mas depois de exibições que prometem o céu, ser "apenas" campeão é descer à terra. Liverpool é a porta para a eternidade.»
by Hugo Gilberto in Jornal de Notícias de 8 de Abril de 2010
Import/Export # 38: Decompondo o futebol do FC Barcelona
«As tentativas de explicar porque é que o Barcelona joga tão bem mas mesmo assim ganha têm esbarrado de forma infrutífera com a lógica e a falta de financiamento para a ciência. Há coisa de dois meses, já desesperado, ainda pensei criar uma fundação sem fins lucrativos para os outros que me permitisse alugar por uns dias o Large Hadron Collider, o objectivo sendo fazer colidir jogadores do Barcelona uns contra os outros a velocidades próximas da luz a ver se são constituidos, como predizem as pessoas de bem, por muitos milhares de pedros mendes pequeninos. Dificuldades em convencer o Costinha de que o balneário do Sporting não perderia nada em transformar o universo em multiplos do Pedro Mendes, mesmo que isso implicasse a descoberta de que o Izmailov é, na realidade, constituido por oito príncipes Míchkins pequeninos, um peixe dourado atrasado mental gigante com uma prateleira do Ikea como cérebro, forçou-me a desistir; até hoje, quando peripécias inerentes ao filme Excalibur que está a passar na RTP 2 me forçou à epifania.
Não quero entrar aqui em considerações demasiado técnicas, que seriam forçosamente aborrecidas para a paciência e demasiado complexas para o entendimento, sem contar com o facto de o meu nome completo não ser Homero Cervantes de Shakespeare Stendhal of Proust, a única pessoa que imagino qualificada o suficiente para abordar o tema. Assim, em principio, poder- e, dever-, me-ia limitar a formular a pergunta correcta, que é, como se sabe, cinquenta por cento do caminho para a resolução de um dado mistério: porque é que cada jogador do Barcelona em posse de bola possui, a todo o momento, um mínimo de seis colegas de equipa sem marcação à espera de receber a bola?
A resposta à pergunta não pode ser extraída do visionamento dos mais brilhantes 20 minutos deste ano e um dos melhores pedaços de futebol que vi na vida, os primeiros vinte do Arsenal-Barcelona da semana passada. Isto porque Wenger preparou a sua equipa para a posse de bola, não compreendendo que não tem jogadores nem equipa para competir com o Barcelona nesse campo. Um erro que agora me parece estúpido, mas que antes, quando ouvi Wenger a dizer que pediria aos seus jogadores para jogarem como sempre fizeram, me pareceu muito bem afirmado. Ingenuidade minha, mais uma prova de que o Mourinho percebe mais de futebol que eu.
(...)
Explicar o futebol do Barcelona implica explicar o supérfulo. Jogar tão bonito para apenas ganhar tanto como o Real Madrid, Milão, Juventus ou Liverpool (se chegarem a tanto, o que espero) nas suas melhores épocas parece vaidoso. Mas o génio do Barcelona está em conseguir transformar esse enfeite pesado e potencialmente esclerótico na essência do processo pelo qual se chega à vitória, uma espécie de prova ontológica da ética futebolística do greco-esplendidamente madrileno Jorge Valdano através da sodomização amigável das linhas defensivas dos adversários.
Mesmo no melhor Brasil, o passe nunca deixou de parecer um meandro que retardava a jogada de perigo ou o golo, um favor que os jogadores brasileiros concediam ao espectador antes de colocarem a bola por trás das costas do guarda-redes adversário, dado ser manifesto que qualquer um deles poderia atingir sozinho o lugar onde a equipa chegaria 15 passes depois. O que o Barcelona de Guardiola parece ter conseguido é eliminar essa sensação de que todos aquelas trocas cinematográficas de bola entre os seus jogadores são uma enorme sucessão de macguffins futebolísticos, destinados a aguardar o momento de génio de um génio como o Messi. Tentem imaginar, façam-me esse large hadron collider favor, que o golo do Maradona contra a Inglaterra em 1986 era hoje recordado como uma grande jogada de equipa da Argentina, estão a ver a cena? Não estão? Mas pronto, acreditem em mim, é isso; o Barcelona de Guardiola é essa equipa. O Barcelona de Guardiola é a equipa que faz as jogadas do Messi, do Ibrahimovic, do Xavi, do Iniesta, do Keita ou do maluco do Dani Alves parecerem pontos de um polígono complicado, reluzente e infalível.
(...)
Há coisa de 4 semanas, num jogo que opunha o Barcelona a mais uma equipa institucionalmente obrigada a ser sua adversária, vi o Xavi a trocar 6 vezes a bola com o Keita, ambos sem sair de posição, de primeira, como se tivesse tudo a correr bem; simultaneamente a este excelente espectáculo de futmington, os outros jogadores do Barcelona olhavam impávidos, serenos, parados e sem marcação.
(...)
Qualquer outra equipa do mundo teria entrado em convulsão por fucisse e indecisão operativa do meio-campo, o observador imparcial refilado com a ausência de movimento (vulgarmente confundido com dinamismo), o treinador utilizado o caderninho que eles agora levam todos para o banco e calendarizado uma sessão de treino de tabelas em progressão; contra qualquer outra equipa um adversário deparado com este estado de coisas teria, primeiro, parado para descansar um pouco, segundo, reorganizado, terceiro, colocado um elemento sobre a linha de passe que estava a ser utilizada por forma a inutilizar a comunicação futebolística entre os dois elementos funestos.
Estou convencido (...) que contra o Barcelona nada disto acontece porque Keita, Iniesta, Xavi ou Messi não estão propriamente a transferir a posse de bola entre eles, mas sim a torná-la inútil para a imaginação dos adversários e dos espectadores. Todos os seres humanos necessitam de um tempo de fixação no objecto para a partir dele ser capaz de elaborar um desejo; quando o Barcelona está em posse de bola ninguém tem tempo de desenvolver obsessão suficiente para colocar em prática um instinto, quando mais um plano de jogo previamente treinado, no caso do jogador, ou uma ideia de futebol, no caso do espectador.
(...)
A relação entre o jogador deste Barcelona de Guardiola e a bola faz também lembrar uma tourada tântrica, onde o touro e o toureiro nunca se chegam verdadeiramente a reunir, mas em que todos os envolvidos saem em ombros; isto é, não há bandarilha, não há sangue, apenas uma longa dança em que toureiro e touro acabam por morrer de morte natural, mas num processo não menos estético, não menos digno, não menos ético.
O combate à incompreensão do que é hoje em dia o futebol do Barcelona tem que ser feito ao nivel das ideias. Não é só o Real Madrid ou o Arsenal que são adversários do Barcelona, mas todos nós, pessoas que vêm futebol em casa descansada e inocentemente vai para cem anos, com esta ideia fixa e pelos vistos ultrapassada de que um passe entre dois jogadores seja uma representação da liberdade individual. Já não é. Agora quem manda é a bola. Quando percebermos isto talvez percebamos o futebol do Barcelona.»
by maradona in http://acausafoimodificada.blogs.sapo.pt/
quarta-feira, 7 de abril de 2010
terça-feira, 6 de abril de 2010
segunda-feira, 5 de abril de 2010
quinta-feira, 1 de abril de 2010
E no dia das mentiras... uma verdade, para variar.
Foi com a excitação própria dos catraios em vésperas de participação num jogo do bate-pé (ali, atrás do Bloco C), que assisti à já denominada terça-feira negra desportivo-jurídico-entrevistórica. De facto, depois do rol de entrevistas a personalidades do desporto-rei - algumas delas sobrepostas - três coisas ficaram claras, a saber: (i) o Pintinho é um senescente com esclerose galopante, (ii) o Vieira dá para o gasto (sobretudo quando o vento sopra de feição) e foi colega de escola do mítico JJ e (iii) o Ricardo Costa é uma garantia de (aparente) transparência.
Dito isto, foi com estupefação que recebi as afirmações clamorosamente contraditórias de Pinto e Ricardo (ambos Costa), separadas por não mais do que 20min. O primeiro, Pinto "O Gágá" da Costa, afirmou que "duas das principais figuras da Liga" lhe tinham confirmado que o (ex-)presidente da Liga, Hermínio Loureiro, tinha decidido bater com a porta depois de ter pedido a Ricardo Costa, presidente da CD da Liga, que se demitisse - não tendo, este último, feito isso. O segundo, Ricardo "O Justiceiro" Costa, afirmou que o (ex-)presidente da Liga, indignado com o acórdão do CJ da FPF, lhe tinha comunicado que se ia demitir, ao mesmo tempo que lhe pediu que continuasse em funções.
Em face de duas versões claramente antagónicas, esperava-se o esclarecimento por quem de direito - in casu, o próprio Hermínio Loureiro. Ora, foi o que aconteceu ontem ao fim da tarde.
Assim, e para grande (!?) surpresa minha - e da corja de trapaceiros azulados que, pululando este bonito jardim, se acirram na defesa da inocência, da pureza de carácter e da honestidade do mais Gágá dos Pintos -, o ex-líder da Liga disse que quem fala a verdade é... [rufos de tambor]... Ricardo "O Justiceiro" Costa. E fê-lo através deste inequívoco comunicado: "Apresentei o meu pedido de renúncia e solicitei a todos os órgãos da Liga que se mantivessem em funções, tendo em conta a preocupação em manter o normal e regular funcionamento competitivo."
Uma vez mais, e depois de atirar os foguetes para o ar - como tanto gosta -, o Pintinho espera que alguém venha apanhar as canas, como fez, aliás, aquando do pedido de instauração do chamado "Apito encarnado" e a propósito do qual se remetou, depois, ao silêncio aquando da chamada para prestar declarações em sede de inquérito (entretanto aberto).
Oh Pintinho, seu fogueteiro, valha-te a cambada de avestrucias (sim, eu sei que não existe) que te seguem e que, como tu, enterram a cabeça quando a merda dá merda (ou seja, quando são chamados a esclarecer e/ou confrontados com o que disseram).
E para quem não viu a entrevista de Ricardo Costa à SIC Notícias, cá vai:
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