Sei sempre quando estou a ficar doente (vulgo, quando adoeço). Mas também sei sempre, qual Professor Sabidé, quando o Muy Glorioso vai perder pontos na Catedral porque o mentecapto do espanhol que, não obstante os mais de 2 anos passados em Portugal ainda não consegue dizer a porra duma palavra na língua de Camões, insiste em jogar em casa com 4 defesas e 3 médios de cariz defensivo contra uma equipa que estaciona um machimbombo articulado à frente da baliza... Enfim... Tudo começa quando perco o paladar – o arroz sabe a óleo de rícino, a salada (temperada) sabe a óleo de rícino, as batatongas fritas sabem a óleo de rícino, os bifes, febras, entrecosto e/ou todos os seres análogos que pastam e mai não sei quê com osso e cartilagens [sim que eu não alinho nas rabichices de pescadinhas cozidas e legumes salteados que isso não puxa carroça e eu tenho muito terreno para arar...] tudo, mas tudo mesmo (!), sabe a óleo de rícino. Curiosamente, o óleo de rícino fica a saber a óleo de fígado de bacalhau, mas ninguém se põe a comer óleo de rícino por dá cá aquela palha, digo eu... Mas o que “m’arrrevolta”, e potencia este escrevinhar vagamente aborrecido e que não me permite a desfaçatez tergiversa com que encaro os principais problemas do mundo e arrebaldes, prende-se com a questiúncula de que, pasmem-se os cépticos, os primeiros sintomas das gripes e constipações não são – mas tipo de maneira nenhuma – aqueles amplamente propalados pelos media e pelas mais ou menos ardilosas campanhas publicitárias dos grandes grupos farmacêuticos – cujo lobby das epidemias, pandemias e virgens-marias globais vem sendo alimentada por progenitores que, adamados por nunca terem jogado ao Bate Pé na C+S Ferreira de Castro em Mem-Martins, assim partilhando cuspo e meia Gorila, sabor laranja-torresmo de açúcar, com 3 a 6 rameiras do 8º-B (suavizei o número por respeito às ditas, mas o adjectivo mantém-se por imperiosas razões que poderei, até, resumir numa única, e logo ao estilo dum brocado latino que serve, igualmente, para serenar os espíritos mais cristãos: galderissium non chavascalum), acreditam que o estômago duma criança processa a ingestão de areia da praia e 2 pirolitos de água salgada nos moldes em que o fazem as frugais misturadoras móveis bicolores e marca MAN. Erro pueril! Antes de mais, e muito antes dos espirros, da febre, da mucosidade (bem como da sua transmutação de estados, primeiro liquido, depois, semi-sólido) e da eventual dor de cabeça latejante, surgem, inexoráveis, os sinais que passo a enunciar e que ninguém pode obnubilar: urina de tonalidade alaranjada e cujo fedor ferozmente agridoce é capaz de adormecer, por um período não inferior a 2 horas, uma ratazana de esgoto (se bem que apenas aquelas cujo peso se compreenda entre as 450gr e os 6kg, vulgo, cangurus de esgoto – as mais “piquenas” são exterminadas com a exposição, tal qual como quando expostas ao 605-Forte); a já enunciada perda de paladar; e, pior dos cataclismos, a perda “daquele” apetite sexual que me leva, numa cadência hexa-diária, a uivar em beiral alheio (razão positiva, dirão os mais castos e/ou rabetas dos leitores, para saudar a viral invasão e as chatices que me subtrai – razão para eu retorquir tamanha toleima com um inflexível: copolai-vos panasquetes de armário!). Serve-me de consolo a canja de galinha e o chá quente cujas propriedades terapêutico-analgésico-antipiréticas são (com a graça do Senhor) sobejamente conhecidas e eficazes, fazendo perigar os milhões atirados para a rua às pazadas pelos grandes grupos de investigação na pesquisa de princípios activos que, cada vez mais, se revelem eficazes e indefectíveis. A figura de estilo supra utilizada apenas perde a sua dialéctica quando o assunto é xarope de cenoura. Esse, meus amigos, tem todas as provas dadas quando a matéria é tosse, irritação da garganta ou lambarice, pelo que mais não podemos fazer senão tirar-lhe o chapéu e agradecer o espírito inventivo de alguém que, provavelmente compelido pelo marasmo dos 4 canais generalistas portugueses em horário nobre, se lembrou de ir até à cozinha atirar doses industriais de açúcar branco refinado e granulado RAR para cima de cenoura previamente fatiada, deixar ambos a marinar dum dia para o outro e depois sorver a calda babada às colheradas! Em nome de muitos, acredito, um sentido muito obrigado, Sr.(a) Injusta e Forçosamente Remetido(a) ao Anonimato pelos Lobbies das Farmacêuticas e dos Grupos de Poder Instalados pela Invenção do Caldinho da Cenouras e dos Açucares.
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1 comentário:
Amén!
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