terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Abaixo o cavalheirismo, viva o “damismo”!

Estava eu naquela vagarosa calma do tentar acordar, quando a rádio encarregue de me dar uma ajudinha nessa hercúlea tarefa começa a debitar vá... trampa!
Parece que as primeiras horas da manhã são propícias para esses desvarios. Ou é isso, ou quem estava atrás do microfone estava apenas a desfrutar de uma inimputabilidade temporária em tudo semelhante à verborreia que se avizinha!
Adiante! O tema da conversa matinal, aquela que é lançada para o ar à espera do contributo daqueles que estão presos no trânsito ou numa qualquer repartição pública onde aguardam pacientemente que o número mágico avance mais qualquer coisinha (sim, do 14 ao 243 são só mais uns minutinhos...), girava em torno de uma pergunta, lançada exclusivamente para destinatários do sexo masculino, em termos muito semelhantes a estes: “gostas que te convidem para sair?”
Primeiro, que raio de pergunta é esta? Segundo, mas por que é que eu deixo o rádio ligado? Terceiro, por que razão estou aqui a fazer perguntas se, já de seguida, vou continuar a lançar palavras para a blogosfera à espera que algum incauto que esteja preso na net, a concluir um download ou a entregar a declaração do IRS (repararam, certamente, no paralelismo com a rádio que critiquei ainda agora, certo? Serve isto para dizer que, se a rádio é fraquinha, isto, que eu nem me atrevo a baptizar, não é melhor...) tenha uns segundos para me achincalhar, ainda que apenas subconscientemente! But, I digress...
A pergunta lançada pela dita cuja estação serviu para despertar em mim o “Conhecimento” há muito esquecido. Em tempos idos, um grupo de iluminados lançou-se na demanda de converter o jogo da atracção homem/mulher numa fórmula universal, aquela que jamais poderá ser contestada, aquela que constitui, quiçá, o pilar da nossa civilização! Apresento a “Teoria da Iniciativa”!
(Ponto prévio, vamos manter a conversa dentro do assunto ou seja, relação ou atracção homem/mulher)
A nossa sociedade (infelizmente, digo eu!) ainda se baseia muito nos dogmas do cavalheirismo. O homem convida, o homem abre portas, o homem faz a vénia, o homem faz trinta por uma linha, e a mulher? Salvo honrosas excepções, a mulher é passiva e quase que parece a personagem que, numa esquadra de polícia, e depois de todo o trabalho estar já feito, de estarem todos os potenciais implicados ali presentes, identifica o bandido que lhe aprouver! E é disso mesmo que se trata, escolher um bandido...
Se, regra geral, são os homens que avançam, quais serão os critérios que os fazem escolher a vítima, tal qual predador na savana? Parece-me mais ou menos indiscutível que a atracção física (vulgo tesão) é a mãe de todas as motivações! E em que se baseia essa atracção? Perguntem-se a vocês mesmos em que reparam quando olham para uma divina criação? Correndo o risco de estar a simplificar, quer-me parecer que podemos resumir isto a 3 pontos cardeais, tal qual Portugal continental nos gráficos da meteorologia – Norte (cara), Centro (da cintura para cima) e Sul (da cintura para baixo).
Não importa aquilo de que cada um gosta mais, importa sim saber se agrada ou não. Essa sensação, agradável ou não, será reduzida a 1 ou 0, respectivamente.
1) Ponto de partida: na escala de 0 a 3 que resulta deste critério, 2 é positivo, 1 é negativo, 3 é o supra-sumo da “boazice”, assim ao estilo das Giselle’s Bundchen’s dessa vida! Do 0 não reza a história...
Como é natural, bandido que se preza é como jogador do tiro ao arco! Quando vai para a guerra aponta sempre para o máximo, pode é acertar um bocadinho ao lado...
A este propósito, retomo a emissão radiofónica para vos contar que um qualquer bandido lá respondeu ao repto para dizer que “nunca tinha convidado ninguém para sair. São sempre elas a abordá-lo!”. Ao que alguém atrás do microfone retorquiu “Tu não és lá muito cavalheiro!” E eu aqui fui aos arames... Está ali um jovem bandido a partilhar as suas experiências e tem de gramar logo com este “insulto dos insultos”!? Não percebo...
Mas aquilo que é verdadeiramente importante é o seguinte: das duas uma, ou o jovem é um Adónis e só colhe o fruto divino nos jardins paradisíacos que, como a montanha vai a Maomé, vão os jardins ter com ele, ou, simplesmente, se entrega ao momento sublime que é ver uma mulher tomar as rédeas da caça!
Como vos dizia, caçador que se aprecie aponta à presa mais carnuda e mata a fome com um belo naco de fillet mignon! Mas não conheço nenhum predador que, andando a caçar, não dê a estocada numa zebra que lhe passe à frente como que a dizer “vem cá ferrar o dente”. Não conheço mesmo!
E, assim sendo, como qualquer zebra que se bamboleia à frente do leão, também a mulher que não é uma Giselle Bundchen desta vida terá direito a festa e paródia se, em vez de pedir o convite, se apresentar à porta cheia de vontade de entrar!
2) A iniciativa, por si só, vale como ponto bónus, é aquele pontinho que torna um empate numa vitória, que transforma um mau tiro num título olímpico!
No entanto, contudo, porém, o ponto extra que é a iniciativa não chega para transformar um 0 num fausto banquete. A verdade é que “ele há coisas” que simplesmente não dá. Aplicando uma célebre frase da doutrina “pablo franciscana” (que, em boa verdade, já justificava a fundação de uma congregação!), “I love spaghetti but I’ve got s*** all over it!”
3) A iniciativa transforma um 1 num 2, mas não te deve levar a cometer loucuras... 0 é 0 e ponto final!
No meio de todo este paleio, há uma mensagem pouco subliminar para as mulheres desta vida, especialmente para aquelas que se dizem descontentes porque “ninguém lhes pega”. Façam como a montanha... É capaz de ser muito mais divertido para todos!
No fim de contas, quem não gosta de ser convidado para sair? Toda a gente gosta e, digo eu, especialmente os homens! É como que o 25 de Abril da atracção!
Abaixo o cavalheirismo, viva o “damismo”!

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