Neste pasquim de ilegalidade, iniquidades e, outrossim, alarvidades, a tradição ainda vai sendo uma merda que nós, bandidos devotos às causas fracturantes, dilacerantes e degradantes, vamos cumprindo. E, tal qual o comboio que faz a ligação entre a Lousã e Coimbra, também o mui aguardado certame de atribuição dos prestigiados Prémios Bala, tarda mas não falha. Efectivamente, este ano o processo de escolha foi bem mais democrático (e demorado!) que no ano transacto, onde a vontade do suserano que aqui vos escreve, tudo decidiu a seu bel-prazer – ao contrário do sucedido este ano. Enfim… detesto democracias e o caralho!
PRÉMIO BALA DE OURO 2009
O Prémio Bala de Ouro de 2009 visa prestigiar um bandido que andou alheado das lides condecoradoras com que os bandidos vêem os seus feitos reconhecidos pelos seus pares no pretérito ano. Assim, o mais importante galardão vai, este ano, entregue ao bandido Z (desculpem, mas o anonimato é mesmo necessário por razões que se poderiam bastar com o peso da censura sócio-moral e, bem assim, com a divulgação duma identidade que facilitara o trabalho da Judite na sua captura) pelo feito que ficou conhecido por “O Nacho Vidal” (numa justa homenagem ao actor que, nos dias que correm, melhor se perfila para suceder ao magnânimo Rocco Siffredi no coração dos verdadeiros admiradores de pornografia da boa). O referido bandido Z, mais entornado que um caldo, e na recta final duma noite em que o marcador se teimava no zero, recorreu ao denominado “booty call” das 6:30 da manhã. Entrado nos desígnios do alvo requisitado telefonicamente, foi-lhe apresentado um problema para os seus intentos: a fêmea em questão estava gotejante (que é como quem diz, naqueles tristes dias). Assim, o bandido Z tinha apenas duas hipóteses: ou aceitava o que o destino lhe havia reservado, ou… bem, ou forçava a entrada pelos fundilhos. Ora, mais obstinado que um cão no cio, o bandido Z recorreu à segunda hipótese, desdobrando-se em argumentos que foram desde o “há sempre uma primeira vez” ao “não há lugar na vida para egoísmos” passando pelo bíblico “bem sabes que Deus nada faz por acaso, e ter duas entradas…”. Assim, o alvo anuiu na oferenda do seu virginal recôndito traseiro. Ora, posicionado, o bandido Z deparou-se com um novo problema no acto de acoplamento: o diminuto perímetro da entrada e a sua natural fricção. Posto em face desta nova dificuldade o bandido Z lançou mão daquilo que a história recordará como “o capacete de cuspo” (fazendo uma conchinha na mão e nela depositando saliva duma assentada que, posteriormente, se espalha na ponta da lança em movimentos circulares), logrando levar os seus intentos copuladores avante e, assim, entrando para a história.
PRÉMIO BALA DE PRATA 2009
O Prémio Bala de Prata de 2009 visa premiar e, concomitantemente, homenagear, o bandido Y (a justificação do anonimato é paralela com aquela que foi dada supra) que, tal qual o sucedido no ano anterior, abraça um honroso segundo lugar neste certame galardoante. Assim, o júri deste certame ficou deliciado com a historieta que para sempre será recordada como “O troço Pombal-Coimbra B”. Neste relato, e com a standing ovation que se exige, o bandido Y, percorrendo a ferrovia com o destino marcado para Coimbra B, acossado por uma sede de estrogénio naquele preciso instante, arrebatou uma fêmea no troço supra referido (ou seja, em pouco mais de 20Km), tendo como armas apenas o galanteio e, acto continuo, a sua lasciva obsessão por brilharetes. Assim sendo, a corte instantânea depressa produziu frutos, que o bandido Y tratou de colher, uma vez mais, no local mais impróprio que tinha à mão, o WC do Intercidades.
PRÉMIO BALA DE BRONZE 2009
O Prémio Bala de Bronze de 2009 vai, também ele, para o bandido Z – já agraciado com o mais importante prémio do certame, a bala de ouro – por ter logrado a realização daquilo a que os amantes da devassa e do hardcore apelidam de “O número da louca”. Ora, o supra referido número mais não é do que o tira-põe mais burlesco da inter-conexão entre sexos durante o mesmo, ou seja, é o levar à boca o que já vem sujo. Regista-se, à ilharga desta gala, que ambos os prémios alcançados pelo bandido Z são referentes a episódios relacionados com bastonadas no orifício de recto alheio, pelo que se aplaude a vitória contra a inércia e a resistência an(u)al.
PRÉMIO BALA REDEX - LUBRIFICANTE PARA CARROS, MOTOS E BARCOS 2009
A atribuição deste prémio, que, recordo, é o equivalente bandital ao Bidão de Ouro do Calcio (através do qual os tifosi elegem o pior jogador a actuar no Calcio em determinado ano), visa esculhambar um ou outro episódio na vida dos bandidos militantes deste pasquim e, acto contínuo, elevar os índices de testosterona para que a masculinidade e o indecoro, que deverão nortear os bandidos no seu dia-a-dia, não sejam beliscadas por incidentes pontuais. Assim, o mais temido dos prémios vai entregue, ex aequo, aos bandidos William H. Bonney e Black Bart pelo acontecimento que serve de base a considerandos mais aprofundados e que serão tidos em sede própria. Efectivamente, ambos os bandidos que aqui vão premiados, solicitaram, em momentos distintos, mas com o mesmíssimo propósito: o apuramento estilístico que raia, no mínimo, a metrossexualidade, a saber, atapetar uma empola que havia irrompido em lugar visível (i.e., tapar uma borbulha na fronha) com o recurso a maquilhagem feminina, in casu, base! Fico sem palavras…!
PRÉMIO CARREIRA_REDE EXPRESSO 2009
A novidade deste certame chega no final do mesmo e visa premiar, laurear e glorificar a extraordinária vida – até ao momento – do bandido M (sim, não obstante o feito duma vida, que aqui vem coroada, o anonimato foi uma questão decidida em unanimidade pelo júri porquanto se entendeu que a sua divulgação poderia repercutir-se numa maior dificuldade naquele que é já o objectivo próximo: o inexorável número 1000). Assim, e como se depreende do que vem dito, o Prémio Carreira Rede Expresso visa agraciar o volume de fêmeas que lhe passaram – e uma vez mais se reforça: até ao momento – pelas unhas, num número que se cifra já próximo dos 3 dígitos. Pelo meio, destaque para a multiculturalidade dos feitos e para um sem número de relatos que exigiriam centenas de linhas de prosa e que, ainda assim, não fariam justiça aos factos vividos e partilhados com a Quadrilha. Parabéns pela inspiração, oh Bandido M.
Nota do Editor: Não obstante a definição das escolhas referentes aos Prémios Bala 2009, tidos em momentos de confraternização e maledicência colectiva, o grupo de meliantes que compõe este ajuntamento veio expressar, posteriormente, a sua não concordância com a atribuição do Prémio Bala Redex 2009 (seja porque entendem, uns, que o episódio esculhambado e publicado não faz jus ao referido prémio, seja porque se sentem, outros, difamados pelo relatado, seja porque se assumem, outros ainda, como profissionais da discórdia). Assim, lança-se aqui o repto para que os bandidos - já acossados por duas vezes (!) para uma congregação num repasto (sempre rejeitada) - lancem para a fogueira pública o relato do(s) episódio(s) que entendem por merecedor(es) de tão insultuoso prémio, por forma a que o público (ou nós mesmos, por entre risotas) possa(mos), depois, escolher o vencedor do Prémio Bala Redex 2009.
2 comentários:
V. Exas são completamente doidos! Ainda assim sinto uma ponta de inveja por algumas situações relatadas que nunca vivi..
Fantástico! E inspirador.
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