Vamos falar de economia e de crise financeira à escala mundial com bocadinhos de palermice?! Vamos a isso! Diz-se que anda toda a gente preocupada com a “Crise”, esse bicho de 7 cabeças, tentáculos bravios e mau hálito, que assola tanto o homem comum e rude do interior profundo como o cosmopolita e instruído investidor da capital, certo?! Errado! Eu aqui me confesso que não estou nada preocupado com a tal de “Crise” (acto contínuo, tentem imaginar aquela mímica com os dedos indicador e aquele maior dos piretes, ligeiramente curvados, acompanhados por aquela inqualificável expressão facial e que, não invariavelmente, define o seu interlocutor como um g’anda palerma), nomeada e mormente porque não tenho mais de 200 euros no banco, sou desempregado e não tenho categoria para mamar da Grande Teta da Segurança Social e porque não sou parvo, sendo que, também por isso, não me vejo a adquirir um imóvel, já que para tal teria (obrigatoriamente) de recorrer a um empréstimo bancário de uma qualquer instituição financeira e descobrir depois, 40 ou 45 anos depois, que andei a pagar qualquer coisa como 3 vezes o mesmo capital emprestado – o mesmo é dizer, andei a pagar 3 casas quando apenas tenho uma em meu nome e nessa altura, a 480 meses de hoje, já não terei forças para segurar aquela caçadeira Citori Crosstraining CAL:12, 7mm, que guardo na garagem ao lado daquele velho aspirador Hoover, e assim não poderei entrar na mesma agência que me ludibriou, 14.610 dias antes, com TAEG’s, Spreads, taxas de juros directoras, EURIBORs e letras pequeninas. Assim, pugno por defender que deixem de ser apenas os assaltos realizados por homens simples, muitas das vezes mal armados e sem treino na nobre arte de fanar euros alheios, a serem notícia de abertura dos jornais nacionais e antes se façam, na mesma e exacta proporção, manchetes de cada vez que um qualquer e comum desgraçado decidir assinar um qualquer contrato de mútuo para compra de uma habitação com uma qualquer instituição financeira.
Nota final com o ínclito cunho do RAP, na Visão, a propósito do fundo de garantia de 20 mil milhões de euros disponibilizados pelo Governo aos bancos nacionais: “Significa isto que eu, como contribuinte, sou fiador do banco que é meu credor. Financio o banco que me financia a mim. (…) Ou muito me engano ou o que se passa é o seguinte: os contribuintes emprestam o seu dinheiro aos bancos sem cobrar nada, e depois os bancos emprestam o mesmo dinheiro aos contribuintes, mas cobrando simpáticas taxas de juro.”
Nota final com o ínclito cunho do RAP, na Visão, a propósito do fundo de garantia de 20 mil milhões de euros disponibilizados pelo Governo aos bancos nacionais: “Significa isto que eu, como contribuinte, sou fiador do banco que é meu credor. Financio o banco que me financia a mim. (…) Ou muito me engano ou o que se passa é o seguinte: os contribuintes emprestam o seu dinheiro aos bancos sem cobrar nada, e depois os bancos emprestam o mesmo dinheiro aos contribuintes, mas cobrando simpáticas taxas de juro.”
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