quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

É bater no ceguinho, saxabôr!



As capas dos três jornais desportivos de hoje são sintomáticas do comummente chamado "bater-no-fundo" duma equipa de futebol - algo apenas comparável com o meu score no final de cada noite de gins e tequillas a perder de vista (!) - e reflectem o desespero editorial em manter altas as vendas dum jornal desportivo diário coligado com uma ponta de (forjado) optimismo, por forma a que os adeptos de cada um dos clubes, mormente os do Cepórten - potenciais adquirentes do produto jornal desportivo -, ali se tentem na sua aquisição diária, dispendendo uns valentes cêntimos de euro na tentativa de ali encontrarem uma firme (e especializada) esperança num futuro melhor.



Assim tem sido a época editorial no que à agremiação Cepórten diz respeito, onde se prova não ser tarefa impossível, neste país de alimárias, criar optimismo em forma de manchete, mascarando derrotas como a de ontem - contra uma equipa que joga como os infantis dos Caçadores das Taipas (i.e. bola para a frente + correria desenfreada + cruzamentos a torto e a direito) e que conta, nas suas fileiras, com dois centrais mais lentos que um papa-reformas conduzido por uma velha beata e mais pesados que Zoro, Magnusson (hoje em dia!) e Rochemback (em boa forma) juntos - em resultados positivos, catapultando para um futuro próximo o triunfal regresso aos tempos idos da colectividade verde e branca, com exortações que vão desde o "Até que enfim!" seguido de "Verde esperança", do jornal A Bola (sendo que, relembro a talho de foice, é a 5a derrota do SCP em 6 jogos, série apenas intervalada por um empate sem golos na capital do móvel), passando pela flagrante estupidificação de "Salvos por Liedson" do jornal O Jogo (onde, volto a relembrar, a dita salvação se prende não com uma vitória nos últimos minutos, nem tão pouco com um empate suado, mas antes com a redução para apenas 1 golo de diferença numa derrota), até ao inqualificável "Leão pode sonhar" do jornal Record (que, de tão patético, me abstenho de comentar).



Como deve ser duro o dia-a-dia dum jornalista desportivo em terras lusas...!