quinta-feira, 26 de abril de 2012
A frase da semana # 61
"Juan Carlos não é um rei tribal e exterminar um elefante não é a mesma coisa que matar um mosquito."
by Luís Campos Ferreira (presidente da Comissão de Economia e Obras Públicas)
terça-feira, 24 de abril de 2012
A frase da semana # 60
"A História do século XX ensina-nos que o facto de um indivíduo ser eleito democraticamente não faz dele um democrata."
by Manuel António Pina, JN (24.abril.2012)
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Import/Export # 115: A caça ao elefante
"Espanha está mergulhada numa das mais graves crises da sua história. Perante uma situação tão difícil, o rei fez o que qualquer grande estadista faria e tomou a única decisão possível: foi caçar elefantes para África. Sim, todos os dias o desemprego aumenta e o nível de vida diminui, mas os espanhóis podem estar descansados porque há um paquiderme no Botswana que não se vai ficar a rir. (...)
A caça ao elefante tem tudo para ser um desporto emocionante. A dúvida constante de saber se o praticante terá pontaria suficiente para conseguir acertar num bicho que, além de ter uma excepcional capacidade de se camuflar, ainda é extremamente irrequieto, deve ser de cortar a respiração. (...)
[A juntar a isto, e sabendo-se que recentemente o neto do rei de Espanha disparou uma espingarda sobre o seu próprio pé], não admira que tenhamos ganho tantas batalhas a esta gente. (...) [E se esta é a fina linhagem dos mais nobres guerreiros espanhóis], imaginem o talento do resto da população para a actividade bélica. (...) Era óbvio que um povo assim só podia produzir soldados como os que, em Aljubarrota, no ano de 1385, claudicaram perante uma das nossas melhores profissionais da indústria da panificação."
by Ricardo Araújo Pereira, in "Boca do Inferno", revista Visão (19.abril.2012)
quinta-feira, 19 de abril de 2012
A frase da semana # 59
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Import/Export # 114: João Gobern
"João Gobern, comentador de futebol, foi dispensado por ter recebido a notícia de um golo do Benfica com um festejo contido. A RTP dispensou-o por ter festejado; eu tê-lo-ia dispensado por ter festejado contidamente. Celebrar um golo de qualquer clube é um acto de liberdade. Celebrar um golo do Benfica é um acto de liberdade e de bom gosto. Quem contém a liberdade e o bom gosto merece castigo. (...)
[A verdade é que] não se admite que quem fala de futebol [em Portugal] goste de futebol. [Talvez por isso e pelo novo macartismo], a maioria dos comentadores de futebol que vemos na televisão não tem clube preferido. São apenas entusiastas assépticos das transições defensivas, burocratas da basculação, geómetras do duplo pivô. Não são exactamente seres humanos. São semideuses que não se deixam afligir pelas paixões da alma. (...)
Pessoalmente, nunca escondi que sou do Benfica, não por uma questão de honestidade mas de imodéstia: ser benfiquista é a minha melhor qualidade - se não for a única. E não tenho grandeza de carácter suficiente para a manter secreta. Um adepto do Vasco da Gama chamado Carlos Drummond de Andrade escreveu: «Para o diabo vá a razão quando o futebol invade o coração.»"
by Ricardo Araújo Pereira, in "Boca do Inferno" (revista Visão, 12.abril.2012)
A frase da semana # 58
quarta-feira, 11 de abril de 2012
A frase da semana # 57
"Jorge Jesus este ano já não estava no Benfica. Excedeu o razoável, prestou um bom serviço ao Benfica e as coisas ficavam por ali, não se tinha renovado contrato como se fez. Mas parece que se vive sempre no pavor do FC Porto... O Jesus que vá para o Porto que, com certeza, lhe passa a teimosia. Jorge Jesus acabou."
by António Figueiredo (ex-dirigente do SL Benfica)
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Import/Export # 113: Faz cautela!!
"[Há um conjunto de perguntas que], apesar de inocentes e até simpáticas, [acabam, invariavelmente, por conduzir a situações de] violência física. O exemplo mais gritante é: «O que é que tu queres?» É uma pergunta que revela preocupação, interesse pelas necessidades do outro e sugere uma certa vontade de as satisfazer. No entanto, é uma das questões que mais vezes servem de prefácio a cenas de pancadaria.
Impressionante, também, é o sucesso de: «Estás a olhar?» Não há mal nenhum em olhar, antes pelo contrário. Qualquer pessoa que não tenha os olhos fechados está, em princípio, a olhar. É, ao mesmo tempo, a operação poética por excelência para Alberto Caeiro e um dos métodos mais eficazes de fazer deflagrar zaragatas. Faltam estudos sobre a heteronímia arruaceira de Pessoa.
Outra questão interessante é: «Isto é tudo teu?», que nem exibindo uma evidente e louvável preocupação com a propriedade privada alheia deixa de ofender.
No final, há que ter cuidado com estas expressões. E cuidado redobrado quando se recomenda cuidado. «Vê lá se tens cuidadinho» também costuma dar sarilho."
by Ricardo Araújo Pereira, in "Boca do Inferno", revista Visão (04.abril.2012)
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Import/Export # 112: Porque cagar na(s) cena(s) nem sempre é fácil
Porque esta continua a ser uma das melhores (e mais conseguidas) descrições do acto de largar a poia (haja ou não presciências de ordem metafísica a assaltar-nos):
"Hoje enquanto cagava tive uma experiência mística. De nalguedo acoplado à goela da sanita na pose do culturista que exibe o peitoral, murmurando promessas vãs ao Altíssimo entrecortadas por “ais que se me rebenta a ilharga”, conjurei a melhor diplomacia de diafragma que me era autorizada pelos limites do aneurisma na tentativa de persuadir a sair o pusilânime cagalhão que ora ameaçava o mergulho, pondo de fora a cabeçorra e espreitando desconfiado para a piscina de lágrimas, sangue e mijo logo abaixo, ora arrepiava caminho, temeroso, nadando em contra-corrente de regresso à companhia da família no quentinho da tripa, sem dúvida por resultar de um almoço de salmão na grelha."
by Príapo (in blog "O Filósofo Priapista")
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