quinta-feira, 25 de março de 2010

O túnel da Luz e os corredores do CJ da FPF



A propósito do mérito da decisão do Conselho de Justiça (CJ) da FPF, nem uma palavra da minha boca (e/ou teclas).
Não posso, todavia, e em consciência, deixar de apresentar alguns elementos de estranheza na forma como o prato da balança parece pender sempre para um lado e jamais para outro(s).
De facto, os Regulamentos com que a Comissão Disciplinar (CD) da Liga, liderada pelo indefectível Ricardo Costa, trabalha foram aprovados pelos clubes (com o FêQuêPê à cabeça) em sede própria. Que os mesmos são insuficientes para algumas situações concretas, não é novidade para ninguém. Que são fraquinhos, também não. Mas assim o são (quase) todas as leis. As leis vivem da consagração duma hipótese que depois se encaixa (ou se preferirem o jargão técnico, é subsumível), ou não, na previsão legal estatuída, através duma análise interpretativa que (sempre!) é deixada ao arbítrio e subjectividade do decisor. Chama-se justiça, com todos os seus defeitos e virtudes.
Ora, na decisão tomada pelo CJ da FPF, ontem conhecida, a propósito dos castigos de Hulk e Sapunaru, a interpretação dos referidos Regulamentos foi diametralmente oposta à interpretação feita pela CD da Liga - tida por todos os seus elementos e não apenas pelo seu presidente (Ricardo Costa). É bom que isto fique esclarecido duma vez por todas.



Num passado não muito distante, o mesmo órgão, o CJ da FPF, não se coibiu de confirmar e/ou agravar penas de atletas de outras agremiações desportivas, mormente daquelas que têm hinos interpretados por compositores chamados Luíses Piçarras (como foi o caso das penas de Cardozo e Javi Garcia do Benfica).
Mas mais estranho é o facto de esse mesmo órgão, o CJ da FPF, ter condenado o clube da Luz numa multa por não ter conseguido evitar que adeptos neandertais do FêQuêPê atirassem cadeiras num jogo no estádio da Luz. O Benfica foi condenado porque não tinha garantido a segurança que era requerida no seu próprio estádio. Para tal, deveria ter contratado mais... stewards.
Também num passado não muito distante, esse mesmo órgão, o CJ da FPF, atribuiu o título de campeão de juniores da época de 2008/2009 ao Sporting, imputando, à data, a responsabilidade dos incidentes que inviabilizaram a realização do jogo final entre SCP e SLB aos adeptos benfiquistas e apenas a estes (!) - não obstante as imagens dos adeptos leoninos a arremessarem pedras àqueles - num jogo realizado em... Alcochete.



Ora, com tanta mina anti-pessoal a rebentar-lhe nas mãos, não admira que o (ex-)presidente da Liga, Hermínio Loureiro, sportinguista assumido (é bom que se sublinhe também este facto, para não criar mais zumzum), dê ao chinelo e bata em retirada, deixando a cadeira do poder vazia há espera dum cu que não se importe de ser desautorizado, manietado e, outrossim, sodomizado.
E na linha da frente já se perfilam dois notáveis serviçais azuis: Fernando Gomes (serviçal de Sauron e ex-jogador do clube) e Rui Alves (serviçal de Sauron e presidente do grémio Nacional da Madeira).
Hmmm... ou muito me engano ou para o ano o Benfica vai precisar duma ajudinha extra contra as forças do mal - as instaladas e as que já estão a polir as nádegas. A ver vamos se Jorge Jesus, na sua assumida parecença com Gandalf, O Branco (mais ou menos, porque aquela peruca é dum cinza-rato mal lavado), consegue interpretar o papel deste último nesta saga bem real.

5 comentários:

Gonçalo disse...

Gostei da analogia, mas de facto encontro-me assim também... sem palavras!!!!

Diabo Vermelho disse...

são mms mtos cozinheiros a chegarem-se à frente. cuidado benfica

Anónimo disse...

Sou do SCP.
Sem prejuízo das demais contradições apontadas pelo escriba, acho que desta vez a correcção foi acertada.
Do que li, a última interpetação parece-me mais sensata. Considerar os stewards "intervenientes no jogo" é dar demasiada liberdade a TODOS os clubes para introduzirem no campo elementos estranhos com uma relevância jurídico-desportiva demasiado grande. E nem é uma questão de "teoria da conspiração" como aquela enunciada pelo Rui Moreira na TV (de que é possível pedir a stewards para provocarem jogadores só para assegurar o afastamento das principais figuras de um rival), é sim o de meter cada macaco no seu galho. Se o "steward" se quiser queixar, meta uma queixa crime contra os agressores.
Para a justiça desportiva (sublinho desportiva) esta é uma conduta que deve ficar fora daquela moldura penal. Podemos é questionar se a disparidade entre molduras penais é justificável, mas isso são outros 500...

MG

Anónimo disse...

Com a pressa esqueci-me de um ponto importante. Os "stewards" não estão sob a alçada disciplinar da Liga. Ou seja, se fizerem merda a Liga não tem qualquer poder sobre eles apenas os tradicionais tribunais. Não me parece que faça sentido serem considerados agentes desportivos só quando levam porrada... Se derem também o devem ser. Mas não são.
Mais uma vez, os regulamentos estão mal feitos. Desta feita, a correcção na interpretação parece assegurar alguma coerência ao enquadramento dos "stewards".

MG

Anónimo disse...

Entretanto o Hulk ficou de fora... vao falando!!