quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A propósito dos casamentos entre mulheres cristãs e homens muçulmanos… pouco ou nada!


Eu bem que deixei passar a primeira do nosso cardeal de Richelieu (“as jovens portuguesas que pensem duas vezes antes de casar com um muçulmano (…) é meterem-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde termina”). Mas a Igreja Católica tem destas coisas: quando se apanha nas bocas do mundo sente que os bons velhos tempos estão de volta. Mas não estão. E às tantas é melhor assim, que eles já encazinaram esta merda durante muito tempo. Bom, mas antes de começar a malhar na religião (católica, muçulmana, hindu, adventista de qualquer coisa maior ou missionária das mini missangas coloridas) deixem-me frisar que os militantes de La Quadrilha, não obstante fazerem profissão de fé exclusiva do dinheiro e dos vícios que este pode comprar, estão de acordo com ambas as facções (partes ou credos, como entenderem) deste conflito e/ou jogo de piparotes e atoardas que têm vindo a lume. Assim, começo por apresentar as duas equipas em confronto: de um lado, com camisola preta e risca vermelha horizontal na zona da protuberância abdominal e saiote preto, uma salva de palmas para o Vaticano FC onde pontificam, entre outros, os cardeais D. José Policarpo e D. José Saraiva Martins; do outro lado, uma calorosa recepção para o Club Amigos de Alá e Maa Durga (uma espécie de resto do mundo, teologicamente falando), onde encontramos os mais altos (mas menos conhecidos) representantes das outras religiões, a alinharem de camisa de noite com cores garridas e vestes largas sem calções, alguns dos quais com mini-cestos do pão no cocuruto. E eis que Zeus apita e… começa a rolar a parvoíce! Sim, dona de casa que nos lê nos intervalos do programa do Goucha e da loira estridente e estrábica que o acompanha (justamente porque googlava na net a palavra Goucha e um dos resultados encaminhou-a para aqui), é desta maneira que eu vejo a coisa. E, se me permite, outra visão que não a minha é parvoíce! No fundo, as altercações e polémicas que a Igreja Católica vai semeando quando deixa falar os seus, mais não são do que desesperados apelos de ajuda. Sim, de ajuda. De uma gorada tentativa de regresso à hegemonia e notoriedade perdida em meados do século XX depois de uma catrefada de séculos a dominar. De uma sede por protagonismo. Por arrebatada devoção. Por manifestações retumbantes de fé e entrega espiritual (que não as dos santinhos das igrejas que choram vinho por dá-cá-aquela-palha). Por tudo isto, perceber que de todos os conflitos religiosos que grassam por esse mundo fora, e que não são poucos, onde a devoção assume contornos trágicos e explosivos (sim, fui assim tão previsível, e depois?), em nenhum deles haver o dedinho da Igreja Católica deve doer. E nem me venham falar da Irlanda e dos católicos e dos protestantes e do Sunday Bloody Sunday que a Irlanda agora tem problemas a sério e não tem tempo para estas minhoquices – até porque protestantes e católicos andarem às turras numa ilha faz, para mim, tanto sentido como relatar uma final de ténis de mesa entre dois coreanos na rádio.

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