"Deixa-me sempre pesaroso ver o Fisco exigir 750 mil euros de impostos a um pobre trabalhador, mesmo que esse pobre trabalhador seja o homem mais rico de Portugal e um dos 200 mais ricos do Mundo. Ainda por cima, o Fisco assaca a Américo Amorim coisas feias como ter feito, sem licença, obras de engenharia criativa na contabilidade das suas empresas.
[Entre investigações por fraude fiscal e branqueamento de capitais, tudo acabou sempre em bem (felizmente) e sem julgamentos].
Agora as Finanças não compreendem os contratempos hormonais das empresas de Américo Amorim e recusam aceitar como despesas os seus gastos em tampões higiénicos e outras exigências da feminilidade como roupas, cabeleireiros ou massagens. Até as contas da mercearia e festas e viagens dos netos o Fisco acha impróprias de um grupo de empresas só pelo facto de os grupos de empresas não costumarem ter netos.
Um trabalhador consegue juntar um pequeno pé-de-meia de 3,6 mil milhões de euros e [logo] o Estado quer reduzir-lho a pouco mais de 3,599 mil milhões. Muito ingrato é ser trabalhador em Portugal!"
by Manuel António Pina in Jornal de Notícias (02.dez.2011)
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