quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Coisinhas cá do burgo # 1: O regresso da censura



Que o Miguel Sousa Tavares (MST) é um palerma, já não é novidade para ninguém. Nem para o próprio, arrisco eu. Mas desta feita, e no abrasivo calor da tradicional (e salutar) picardia entre três comentadores desportivos (de três cores distintas, diga-se de passagem) que semanalmente escreviam no jornal A Bola, o MST, palerma assumido, transportou a coisa para um patamar pessoal - já que, nas ditas rubricas (e depois do monumental banho que levou e que prometia continuar a levar à razão de duas por semana de outros dois comentadores que, esclareço, não têm as pretensões escriturais deste) não estava a conseguir levar a dele avante, (ou seja, ganhar senão não dava a bola aos meninos para jogarem) - amuou e lá conseguiu impor a censura a um artigo de Zé Diogo Quintela (ZDQ).
Ora, como os tempos da caneta azul são os tempos idos do outro senhor, o Ricardo Araújo Pereira (RAP) solidarizou-se com o ZDQ e, em conjunto, decidiram pôr fim às respectivas crónicas semanais que assinavam no jornal “A Bola”.



A gota de água para estes dois elementos dos Gato Fedorento aconteceu no passado domingo, quando aquele jornal desportivo não publicou uma parte do texto de ZDQ, onde este respondia às críticas lançadas por MST.
Indignado com a posição do referido pasquim, que não o consultou, ZDQ reagiu através do site “Sporting Apoio”, no qual publicou o texto omitido pelo jornal. Aí pode ler-se a resposta do humorista à ameaça feita, no dia 2 de Novembro, por MST de deixar de escrever para o jornal A Bola, pois declarava estar “farto de viver [...] com dois rafeiros atiçados às canelas, dois censores encartados”.
A resposta - que acabou por ser censurada - foi a seguinte: “MST tenta intimidar-me por causa do que escrevo. Em janeiro pediu a Pinto da Costa que me processasse. Desta vez, vitimiza-se e ameaça abandonar a sua crónica, pretendendo que o Ricardo e eu sejamos responsabilizados pela sua saída”.



O verniz já antes tinha estalado entre o MST e o RAP quando o primeiro afirmou "ter sido, juntamente com Cavaco Silva, o único convidado a rejeitar ser entrevistado no programa Gato Fedorento: Esmiuça os Sufrágios". Ora, o RAP veio, prontamente, a terreiro esclarecer que “MST gaba-se de ter sido, juntamente com Cavaco Silva, o ‘único de todos os convidados a recusar o convite’. Lamento, mas é falso. Miguel Sousa Tavares, não tendo sido o único a recusar, foi, sim, o único a pedir 24 horas para pensar. Todos os outros decidiram mais depressa”.
Posteriormente, o MST equivocou-se e cometeu um erro fatal para quem se gosta de armar em esperto e culto e assim, quando confundiu a Declaração da Independência dos EUA com a Constituição (e posteriormente com a Declaração dos Direitos dos Cidadãos, a chamada "Bill of Rights", que contém as primeiras dez emendas à Constituição) e que o RAP, oportunamente - e com a sempre preciosa ajuda do escárnio profiláctico -, apontou.
E assim fica um jornal mais pobre. Muito mais pobre.

2 comentários:

Parolo da Paróquia disse...

Este país é uma tristeza.... Força RAP e ZDQ!!

Gonçalo disse...

O MST é mesmo uma tristeza de homem...