Toda a gente sabe que ser-se insultado não é agradável. Sê-lo em praça pública, menos ainda. Mas sê-lo pela boca do primeiro-ministro português - um sujeito que anda às voltas com a justiça por crimes de corrupção e do que mais houver no Código Penal, que não tem nenhum curso superior (nem o 12º ano com distinção) e que, ainda por cima, não sabe falar inglês (nem técnico, nem algarvio) - é coisa para tirar qualquer um do sério!
Mas o mais intrigante no testemunho duro e pungente deste senhor Bernááááárdo Bairrão prende-se com o facto de o calibre do insulto, o local onde o mesmo foi proferido e o emissor da aviltação terem potenciado uma terrível consequência paranormal: através deste cocktail explosivo de acontecimentos, o senhor Bernáááááárdo largou, por momentos, o seu corpo e viu-se a si mesmo ali numa qualquer praça pública a ser alvo dos vitupérios do primeiro-ministro. E não gostou, como é lógico.
De facto, acredito que quando largamos o nosso corpo e depois o vemos ali, desamparado, a ser enxovalhado por alguém com a classe do nosso primeiro-ministro, em sítios que não são reservados, mas ao invés são públicos, como as casas de banho, os bancos de jardim e assim, que fiquemos fodidos da vida...! Fodidos e bexigosos!
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