Hoje, enquanto folheava o extraordinário aglomerado de folhas a que se convencionou chamar Correio da Manhã, actividade a que, invariavelmente, me proponho meia-hora após a ingestão de alimentos vários, calcados por uma chávena de café morninho, ao mesmo tempo que reboco paredes (via de regra, de porcelana), dei de caras com um título que me chamou a atenção - e que utilizei, ipsis verbis, para titular este mesmo disparo: "Preto julgado hoje por fraude fiscal qualificada". Fiquei siderado...!
Um pretongo nos meandros da fraude fiscal e, ainda por cima, qualificada?! Um descendente de África, mãe África, onde a nossa língua andou a lamber os caminhos, a enrolar o Estado português em matérias tão intrincadas e tão altamente técnicas, como é o caso da fiscalidade, no nosso país?! Um matumbo a ludibriar um sistema sofisticadíssimo, como é o sistema das Finanças em Portugal (com a incalculável extensão dos seus ramais), ao ponto de ter de ser levado a julgamento e fazer manchete num jornal de tiragem nacional como o Correio da Manhã?! Mas isso seria o mesmo, pensei eu, que a ciganada deixar de se dedicar à corriqueira contrafacção das gangas Chevinhon e passar a dedicar-se ao cunho de moeda contrafeita ou mesmo à emissão de certificados de aforro fraudulentos.
E um mundo novo parecia irromper para lá deste marasmo cinzento e compartimentado em que vamos vivendo. Até que... vi a imagem que acompanhava o título e descobri que o "Preto" a que se referia o título mais não era do que um apelido dum branquelas deputado do PSD. Um cara pálida sem catinga, sem dentes de marfim, sem as idiossincrasias da muamba e da kizomba! Bolas! Se, ao menos, tivesse (assim uma) carapinha...!
terça-feira, 27 de outubro de 2009
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1 comentário:
genial! e a carapinha do deputado do psd está qualquer coisa de fantastico.
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