Assim, enquanto punha o ovo e com uma casualidade só ao alcance de um número restrito de indivíduos com um trânsito intestinal muito regular, o bandido que assina este texto, teve oportunidade de lançar mão a uma das revistas que por ali se passeavam e, qual não foi o seu espanto quando deu de caras com esta capa (que segue infra), onde a protagonista é a mesma que hoje se vitimiza e que dispara em todas as direcções e que chora e que se vitimiza mais um bocadinho e que... é estúpida, vá!
Nesta entrevista (mais ou menos, mas não consegui, assim do pé-pra-mão, encontrar uma palavra que melhor definisse o conteúdo que ali encontrei, até porque o mesmo é apresentado em forma de entrevista), datada do início desta semana, a figura da capa aproveita para disparar em todas as direcções, de Sócrates à ERC, passando por Marinho e Pinto, pelos dois pivôs da RTP1, pelos jornalistas todos que não trabalham na TVI e acabando nos portugueses, em geral, e na D. Amélia, fruteira de profissão no Mercado da Ribeira - que, em 1998, lhe vendeu 3 maçãs com caruncho -, em particular.
Da demência deste ser resultam pérolas como as que passo a transcrever:
(i) "Aquilo que é idiota na classe jornalística que me critica é que só se preocupam com o que é acessório. (...) Têm medo. São cobardes. Cobardes até à última. Porque no fundo, no fundinho, o que eles queriam ser era Luíses Bernardos, Damiões [ambos assessores de imprensa]. (...) Babam-se. E passam-se, para não dizer outra palavra mais grotesca, quando um político lhes liga. (...) Essa gente é incapaz de perguntar, é incapaz de pensar";
(ii) [a propósito do Sindicato dos Jornalistas] "Veja o currículo daquela gente que faz aquele programa de imprensa ou lá o que é aquela porcaria na RTP2. Eram todos daquele jornal do PCP, o Diário! (...) É o currículo daqueles pobres sem eira nem beira. E o Sindicato dos Jornalistas a mesma coisa.";
(iii) [a propósito da ERC] "A ERC? A Estrela Serrano? Aquela pérola do jornalismo! Que escreveu aquelas normas básicas para os jornalistas [gargalhada]. Por amor de Deus, andamos a brincar!";
(iv) [a propósito do Marinho e Pinto] "Aquela personagem diz tudo o que lhe vem à cabeça. (...) Eu tenho a ideia de que ele já tinha a cassete metida para dizer o que tinha a dizer.";
(v) "Não tenho qualquer polémica com o Sócrates porque nunca o entrevistei. Ele não deixa. (...) As coisas que ele disse sobre mim são tão claras, que é óbvio que ele me queria abater. Entre aspas, naturalmente. Entre aspas [fala mais alto e olha para o gravador, como que a confirmar que ficou bem gravado]."
Aqui, como em qualquer livro policial de categoria B, a culpa era do mais óbvio. Todavia, como no caso concreto não havia nenhum mordomo para onde sacudir a culpa, este vosso jornalista concluiu pelo óbvio: no final de contas, a culpa é da GRAAAANDE boca da Manuela!
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