terça-feira, 25 de março de 2008

Boas Ideias!!! Más concretizações...


Intitula-o a revista “Times” em mil nove novecentos e nove a “Pessoa do Século”! Mas permitam-me uma pergunta: esse título foi a votação? Não quero com isto dizer que não se trata, eventualmente, de uma mente brilhante. De que outra maneira poderia a comunidade científica querer retalhar o cérebro de tão ilustre físico? Certamente não será na tentativa de descobrir uma nova receita onde, ao invés de figurar os tão afamados miolos de leitão, nos surgem as sinapses interneuronais do Xôtor Hans.
Mas pessoa do século?? Não será exigir demais de uma pessoa com uma noção de moda totalmente desleixada, e com uma fisionomia capaz de fazer lembrar as tardadas em frente à TV, aquando o fenómeno intitulado “Dragon Ball”, onde um velho rebarbado de aparência semelhante fazia questão de mirar, ou qui ça apalpar, uma tetinhas sempre que uma entidade do sexo feminino se avizinhava ao alcance dos seus olhos e braços, apresentado-se instantes antes da investida com um abrir de boca “hipopotamesco” e acabando sempre por ver a sua tentativa interrompida a soco, pontapé e carteiradas??
Não será conveniente que a pessoa do século seja exemplar em todos os campos?? Caso contrario a atribuição do título será relativa aos interesses da entidade emissora.
E é sobre este ponto que eu quero incidir! Sobre a relatividade.
Ora, vejamos. Depois de ter escolhido de forma exemplar o título para a sua teoria caiu no infortúnio de a desenvolver de forma excessivamente orientada. Como dizê-lo …errrrrrrr…só falou do que lhe interessava…errrrrrr…e pá, o homem não toca num único ponto que envolva qualquer parte do sexo oposto…quer dizer…ele é um “nerd”, um “cubehead”, um “pácuná”, um “ze nando”, um “porque é que tanta gente vai para trás do pavilhão nos intervalos??”.

Acho que o Xôtor Hans esteve brilhante na escolha do título!! Mas muito mal na concretização…
Uma teoria com um titulo destes deveria ser passível de se aplicar em tudo na vida!! Isso sim, digno de uma “Pessoa do Século”.
O problema é que a teoria da relatividade do Senhor Alberto falha na sua vertente social, ou melhor ainda, simplesmente não a tem, quando na verdade a relatividade existe, e arrisco-me a dizê-lo, em toda e qualquer situação social! E os mais velhos lá em casa sabem do que é que eu estou a falar. A sabedoria popular há muito que alerta para esta lacuna na teoria do Senhor Alberto. Expressões como “a galinha da vizinha é sempre melhor do que a minha” ou até “em terra de cegos que tem olhos é rei” não nascem do mero acaso. Nascem sim fruto de pessoa atentas que, apesar de humildes, modestas, com terra debaixo das unhas e com bigodes que tornam a tarefa de distinguir sexos praticamente impossível (abençoadas saias), sabem o que dizem mas que infelizmente ninguém as leva a sério!

Pois bem. Nem de propósito, e já não é a primeira vez que me acontece, estava eu outro dia num desses locais de atracção nocturna, onde invariavelmente a proporção entre homens e mulheres estava nitidamente desequilibrada constatando-se um domínio da primeira fracção (algo que ainda gostaria de ver esclarecido ate às ultimas consequências, mesmo que isso implique um extermínio selectivo de todos os espermatozóides Y por um bom par de anos, sendo que anos é o plural de ano, medida cronológica que representa o intervalo de tempo que a terra demora a dar a volta completa ao sol), e dou por mim a relativizar. Adianto-vos que esse estabelecimento onde figuravam poucas pessoas, mas muitos seres-humanos (ou “serumanos” como preferirem), se apresentava quase em lotação esgotada. Da fracção feminina destacavam-se duas jovens. Primeiro porque tinham mamas, e segundo porque tinham mamas. Não, agora a sério! Se as duas jovens, ao invés de estarem ali estivesse, vá, no já extinto Studio 54, certamente alguém muito meu amigo diria “olha que duas…não valem os tarecos de um gato…”.

Mas, e agora espantem-se as alminhas, assim não foi!!! Elas estavam a ser bombardeadas por olhares cobiçadores e comentários apreciativos nos quais se destacavam expressões como “ai ó Zé!”, “nossa senhora”, “vais abaixo mais uma vez e eu tenho ejaculação precoce”. E onde é que acham que este vosso amigo estava?? Não deixem que o meu discurso vos engane. Justamente a galvanizar os alvos da relativização!!
Agora, sejam conscientes no decorrer do processo de relativização e em momento algum queiram fazer da Madonna do Tovim uma Isabel Figueira simplesmente porque não há mais artigos, pois também uma notita de 20 euros não passa a valer 50 por se encontrar rodeada de moedas de 10 e 20 cêntimos. Cada coisa vale o que vale, podendo ficar destacada pela envolvência. O que já mais deverá ser é sobrevalorizada…
E mais importante do que a consciência do processo de relativização, façam-me um favor e não relativizem tudo. Se derem por vocês a relativizarem qualquer coisa que seja num ambiente onde só estejam homens, parem de beber e dirijam-se para casa. Também a sabedoria popular nos precavê desta possibilidade pois “nem tudo o que brilha é ouro”!

“Rameira embrutecida,
Felicidade para a vida,
Rameira ignorante,
Felicidade constante.”

1 comentário:

Anónimo disse...

E permite-me acrescentar:
Rameira que galbaniza,
noite que se concretiza.