Mário Soares é tão queque como os Espírito Santos que brincam aos "pobrezinhos". Nas suas campanhas dos anos 70 e 80, Soares conseguiu esconder os tiques de superioridade com a falsa bonacheirice ("o bochechas"), com as palmadinhas, abracinhos e palavrinhas porreiras. Porém, quando lemos relatos e memórias do período, salta logo à vista o absurdo paternalismo de um homem que se julgava no direito natural de mandar em Portugal. Hoje em dia, sem a necessidade de contactar eleitoralmente com as massas, a snobeira de Soares tirou as luvas de pelúcia, está à vista de todos.
Eu respeito o papel de Soares em 75 e, acima de tudo, em 83-85, quando fez de Merkel. Mas não me peçam para gostar da personagem, porque não tenho de gostar, aliás, tenho o dever de não gostar da figura de Soares tendo em conta o seu comportamento de grã-fino. Escrevo isto sem grande prazer, porque os senadores deviam comportar-se como senadores, e não como dondocas.»
by Henrique Raposo in jornal Expresso
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