terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Import/Export # 168: Referenda(-mos)!!

«Há uns cinco ou seis anos, uma jornalista do Jornal de Notícias perguntou-me se eu preferia que as minhas filhas fossem lésbicas ou sportinguistas. Confesso que já não recordo o contexto histórico em que a questão foi colocada, mas tenho a certeza de que ia ao encontro das inquietações que perturbavam mais profundamente o público leitor daquela altura. Lembro-me, isso sim, de achar que a pergunta era, digamos, parva: pressupunha que aquelas alternativas constituíam os dois destinos mais horrorosos que os nossos filhos podem ter quando, na verdade, são apenas uma característica pessoal normalissíma (no caso do lesbianismo) e uma opção irreflectida (no caso do sportinguismo). Portanto, respondi que preferia que as miúdas fossem lésbicas, uma vez que a homossexualidade não é defeito. Como pai, preocupo-me sobretudo com a felicidade das minhas filhas, e sei que a orientação sexual não impede ninguém de ter uma vida feliz. Já quanto ao sportinguismo, não tenho a certeza.»

by Ricardo Araújo Pereira in revista Visão

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

La Radio de La Quadrilha #3 - Acto 2


Fiquem então com o terceiro episódio de La Radio de La Quadrilha!
Acto 2.

Enjoy!


La Radio de La Quadrilha # 3 - Act 2 by Gabbar Singh on Mixcloud
(ou, para download, aqui)

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Import/Export # 167: French maids no Eliseu

«O poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente, mas o poder francês, ao que parece, seduz irresistivelmente. A quantidade de altos dignatários franceses que acasalam acima das suas possibilidades não tem paralelo com o que sucede noutros países. (...)
François Hollande, uma espécie de Humpty Dumpty gaulês, está envolvido em casos extraconjugais quando, havendo justiça, teria dificuldade em entrar no mundo da simples conjugalidade. Todas as senhoras que se deixaram seduzir pelo actual presidente francês jogam na Liga dos Campeões da sensualidade, ao passo que Hollande milita na segunda divisão B da alopécia progressiva, da miopia e do duplo queixo. É um escândalo que Hollande possa disputar uma só partida com qualquer destas senhoras, quanto mais participar num minicampeonato com todas.
O seu antecessor, Nicolas Sarkozy, já teve três esposas, sendo a última uma das mais famosas modelos dos anos 90. Recordo que Sarkozy difere daqueles gnomos de jardim apenas na medida em que, alegadamente, não é de barro, nem faz chichi para dentro de fontanários.»

by Ricardo Araújo Pereira in revista Visão

sábado, 18 de janeiro de 2014

La Radio de La Quadrilha #3 - Acto 1

Mais um ano que passou e temos mais uma sessão desta rádio, desta vez em dois actos, com algumas das melhores músicas de 2013. 
Fiquem então com o terceiro episódio de La Radio de La Quadrilha!

Enjoy!

(ou, para download, aqui)
 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

A frase da semana # 158

"Este Governo odeia o Estado. Os reformados são um estorvo, os desempregados uns inúteis, os que recebem o RSI uns parasitas, os que metem baixa e recorrem ao SNS uns malandros e as empresas públicas deviam fechar. É isto que pensa o primeiro-ministro, uma Thatcher serôdia."

by Nicolau Santos, diretor adjunto do jornal Expresso

A frase da semana # 157

"[No Panteão] estão alguns símbolos do anticlericalismo, da maçonaria e da República. Se os mortos falassem, com certeza que estes mortos não se falariam."

by Vasco Pulido Valente in jornal Público

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A(s) frase(s) da semana # 156


"Substituto de Matic na formação? Teriam de nascer dez vezes!!"
by Jorge Jesus (treinador do SLB)

"Nasceremos mais nove vezes, se for preciso!! Ninguém nos rouba o sonho de uma vida!"
by Filipe Nascimento (médio da equipa de juniores do SLB)

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Import/Export # 166: Soares, a dondoca

«Tenho vários problemas com o soarismo, essa visão (errada) da história, mas acima de tudo tenho uma enorme antipatia por Mário Soares. Não, não é uma questão política. É uma reacção epidérmica. O perfil pessoal de Soares provoca-me um genuíno desconforto. Porquê? Porque não tenho saco para a snobeira que Mário Soares revela em cada gesto e em cada palavra, não tenho paciência para os ares de menino de Lisboa nascido em berço de oiro e em círculos políticos. As declarações que fez no dia da morte de Eusébio provam isso novamente. Repito: novamente. (...)

Mário Soares é tão queque como os Espírito Santos que brincam aos "pobrezinhos". Nas suas campanhas dos anos 70 e 80, Soares conseguiu esconder os tiques de superioridade com a falsa bonacheirice ("o bochechas"), com as palmadinhas, abracinhos e palavrinhas porreiras. Porém, quando lemos relatos e memórias do período, salta logo à vista o absurdo paternalismo de um homem que se julgava no direito natural de mandar em Portugal. Hoje em dia, sem a necessidade de contactar eleitoralmente com as massas, a snobeira de Soares tirou as luvas de pelúcia, está à vista de todos.

Eu respeito o papel de Soares em 75 e, acima de tudo, em 83-85, quando fez de Merkel. Mas não me peçam para gostar da personagem, porque não tenho de gostar, aliás, tenho o dever de não gostar da figura de Soares tendo em conta o seu comportamento de grã-fino. Escrevo isto sem grande prazer, porque os senadores deviam comportar-se como senadores, e não como dondocas.»

by Henrique Raposo in jornal Expresso

domingo, 5 de janeiro de 2014

King among kings

"Havia nele a máxima tensão
Como um clássico ordenava a própria força sabia a contenção e era explosão havia nele o touro e havia a corsa Não era só institinto era ciência magia e teoria já só prática Havia nele a arte e a inteligência do puro jogo e sua matemática Buscava o golo mais que golo: só palavra Abstracção. Ponto no espaço. Teorema. Despido do supérfulo rematava e então não era golo: era poema."

by Manuel Alegre (inédito) in A Bola

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

A frase da semana # 155

"Se os indicadores [económicos] são assim tão bons, porque é que a troika continua a mostrar-nos o dedo do meio?! Trata-se de uma perplexidade que, como a mão invisível de [Adam] Smith, explora a relação da ciência económica com o carpo, metacarpo e falanges. E é um problema que completa a teoria do economista inglês com outros patamares de visibilidade: a mão é invisível; os indicadores, só o primeiro-ministro e alguns dos seus amigos os vêem; e o dedo do meio, vemo-lo todos."

by Ricardo Araújo Pereira in revista Visão