quinta-feira, 28 de junho de 2012
A frase da semana # 71
"Há uma geração inteira para quem o verde não é a cor da esperança, é a cor do recibo."
by Pedro Filipe Soares (deputado do BE)
Import/Export # 121: A Selecção (e Portugal, como um todo) pelos olhos (e caneta) duma mulher
«Demos porrada na mãe, desbravámos meio mundo, enriquecemos, gastámos o dinheiro e o ouro todo, perdemos meio mundo, fomos invadidos, dominados, expulsámo-los a todos, ficámos, levámos com um terramoto e um maremoto, reconstruímos tudo e ainda mais bonito, andámos a queimar e a ser queimados durante quase 3 séculos de inquisição, matámos o rei, lutámos uma guerra imbecil, levámos nas trombas e perdemos tudo outra vez, fomos torturados, calados, empobrecidos de espírito e conhecimento, amochámos, revoltámo-nos e tomámos as rédeas, cometemos erros, levámos com cortes nos ordenados, despedimentos e ameaças da Alemanha. E agora estes cabrões que nos roubaram Olivença (e a Galiza também devia ser nossa, porra) levaram a moral que o povo precisava para aguentar o corte do subsídio de Natal mais a crise e o desemprego e a emigração outra vez e os empregos precários nem que fosse só durante uns meses. Hermanos é mas é o caralho, vão-se foder mais a vossa princesa anorética viciada em plásticas e o príncipe meio atrasado e o rei que mata elefantes e a rainha mansa porque jogámos muito melhor do que vocês e caralho se não fosse este azar que nos persegue desde há séculos de existência tínhamos ganho esta porcaria que não signifca nada e não passa de uma palhaçada mas que foda-se já que chegámos aqui era andar mais um bocadinho e quem sabe acabar com este enguiço e com este "faltou-nos um bocadinho assim"».
by Leididi ("Portugal a ser fodido desde 1143" in blog "O blog do desassossego)
terça-feira, 26 de junho de 2012
Plágios e adágios
Para moderado espanto deste gangue, outro gangue decidiu apropriar-se do nome deste grupo de gente sem rumo e resolveu lançar o terror (ou coisa que o valha) no metro do Porto. Ora, quando apanhados pela polícia, o grupo não hesitou e revelou que se auto-apelidavam de "Gangue La Quadrilha" (ver o Diário de Notícias em http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=2628859&especial=Revistas%20de%20Imprensa&seccao=TV%20e%20MEDIA).
Assim, e como forma de agradecimento pela bonita homenagem, aqui fica um sentido obrigado por parte destes bandidos aos malfeitores-plagiadores que, à falta de tempo para serem originais, resolveram apropriar-se (também) dum nome que era de outros.
P.S.: De referir, apenas, que dois dos elementos deste grupo de malfeitores-leitores eram pugilistas do Boavista e que um deles havia acabado, recentemente, de se transferir para o FC Porto.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
terça-feira, 19 de junho de 2012
A frase da semana # 70
Sobre o Sporting:
"Todos os anos dizem no início: vamos ser campeões. Depois, a meio, dizem que está difícil. E, no final, não conseguem nada. Este ano nem uma Taça. Sabes o que te digo? É sempre a mesma merda (gargalhada)."
by Cherbakov
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Import/Export # 120
Foda-se" - por Millôr Fernandes
(adaptado)
O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à
quantidade de "foda-se!" que ela diz.
Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"?
O "foda-se!" aumenta a minha auto-estima, torna-me uma
pessoa melhor.
Reorganiza as coisas. Liberta-me.
"Não quer sair comigo?! - então, foda-se!"
"Vai querer mesmo decidir essa merda sozinho(a)?! - então,
foda-se!"
O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição.
Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos
extremamente válidos e criativos para dotar o nosso vocabulário
de expressões que traduzem com a maior fidelidade os nossos
mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo a fazer a sua
língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que
vingará plenamente um dia.
"Comó caralho", por exemplo. Que expressão traduz melhor a
ideia de muita quantidade que "comó caralho"?
"Comó caralho" tende para o infinito, é quase uma expressão
matemática.
A Via Láctea tem estrelas comó caralho!
O Sol está quente comó caralho!
O universo é antigo comó caralho!
Eu gosto do meu clube comó caralho!
O gajo é parvo comó caralho!
Entendes?
No género do "comó caralho", mas, no caso, expressando a
mais absoluta negação, está o famoso "nem que te fodas!".
Nem o "Não, não e não!" e tão pouco o nada eficaz e já sem
nenhuma credibilidade "Não, nem pensar!" o substituem.
O "nem que te fodas!" é irretorquível e liquida o assunto.
Liberta-te, com a consciência tranquila, para outras actividades
de maior interesse na tua vida.
Aquele filho pintelho de 17 anos atormenta-te pedindo o carro
para ir surfar na praia? Não percas tempo nem paciência.
Solta logo um definitivo:
"Huguinho, presta atenção, filho querido, nem que te fodas!".
O impertinente aprende logo a lição e vai para o Centro
Comercial encontrar-se com os amigos, sem qualquer problema,
e tu fechas os olhos e voltas a curtir o CD (...)
Há outros palavrões igualmente clássicos.
Pense na sonoridade de um "Puta que pariu!", ou o seu
correlativo "Pu-ta-que-o-pa-riu!", falado assim, cadenciadamente,
sílaba por sílaba.
Diante de uma notícia irritante, qualquer "puta-que-o-pariu!", dito
assim, põe-te outra vez nos eixos.
Os teus neurónios têm o devido tempo e clima para se
reorganizarem e encontrarem a atitude que te permitirá dar um
merecido troco ou livrares-te de maiores dores de cabeça.
E o que dizer do nosso famoso "vai levar no cu!"? E a sua
maravilhosa e reforçadora derivação "vai levar no olho do cu!"?
Já imaginaste o bem que alguém faz a si próprio e aos seus
quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de
seu interlocutor e solta:
"Chega! Vai levar no olho do cu!"?
Pronto, tu retomaste as rédeas da tua vida, a tua auto-estima.
Desabotoas a camisa e sais à rua, vento batendo na face, olhar
firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado
amor-íntimo nos lábios.
E seria tremendamente injusto não registar aqui a expressão de
maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu-se!". E a
sua derivação, mais avassaladora ainda: "Já se fodeu!".
Conheces definição mais exacta, pungente e arrasadora para
uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de
ameaçadora complicação?
Expressão, inclusivé, que uma vez proferida insere o seu autor
num providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo
assim como quando estás a sem documentos do carro, sem
carta de condução e ouves uma sirene de polícia atrás de ti a
mandar-te parar. O que dizes? "Já me fodi!"
Ou quando te apercebes que és de um país em que quase nada
funciona, o desemprego não baixa, os impostos são altos, a
saúde, a educação e … a justiça são de baixa qualidade, os
empresários são de pouca qualidade e procuram o lucro fácil e
em pouco tempo, as reformas têm que baixar, o tempo para a
desejada reforma tem que aumentar … tu pensas “Já me fodi!”
Então:
Liberdade,
Igualdade,
Fraternidade
e
foda-se!!!
Mas não desespere:
Este país … ainda vai ser “um país do caralho!”
Atente no que lhe digo!
terça-feira, 12 de junho de 2012
Import/Export # 119: Trovoada no feminino
A "trovoada no feminino" é um processo que se desenvolve a partir duma (suposta) "reacção que emerge duma qualquer interpretação dum qualquer (se bem que rebuscado) significado implícito de uma frase ou atitude masculina por parte do sujeito feminino e que leva este último a penetrar num mundo onde toda a lógica desaparece.
Efetivamente, e uma vez dentro da "bolha ilógica" para que necessariamente será arrastado, o sujeito masculino deve lembrar-se que se encontra em terreno hostil cujas regras são formadas pelo sujeito feminino, assim numa espécie de "Imaginário do Doutor Parnassus".
Neste estádio, e socorrendo-nos de importantes critérios jurídicos, o sujeito masculino deverá ter presente que a resposta mais áspera que venha a proferir será posteriormente utilizada como justificação para o início de tudo, mesmo que essa resposta tenha vindo em consequência do início. Portanto, o nexo de causalidade muitas vezes funciona de forma retroactiva e, quer tal aconteça, quer não, a conditio sine qua non será uma regra utilizada pelo sujeito feminino para incriminar o sujeito masculino. Neste caso, só a acção e os seus efeitos interessam, nunca o que os despoletou.
Por outro lado, há que lembrar que os factos praticados pelo sujeito masculino, ainda que muito anteriores à discussão em causa, podem ser invocados a toda a hora pelo sujeito feminino, sem nunca se poder considerar a sua invocação como ilícita em virtude de prescrição do prazo (esta regra é, naturalmente, unilateral).
De referir, ainda, que o sujeito feminino tem sempre a presunção inilidível de razão. O ónus da prova que supostamente protege o sujeito masculino (como todos os reús, de resto) é, na verdade, uma armadilha.
Por fim, sublinar o facto de que qualquer discussão (ou, se preferirem, trovoada) anterior, necessariamente ganha pelo sujeito feminino por desistência do sujeito masculino, faz, como seria de prever, caso julgado.
Bom, e é isto.
Boa sorte a todos!
by O Legislador in http://olegisladorordinario.blogspot.co.uk/
sexta-feira, 8 de junho de 2012
sexta-feira, 1 de junho de 2012
A frase (anedota!) da semana # 69
"Só um indivíduo que não está bom da cabeça é que vai exercer uma função pública."
by Jorge Coelho (CEO da Mota-Engil)
Import/Export #118: O verbo falir
"O facto de o verbo falir ser defectivo faz com que, no presente, nenhum português possa falir. Não é possível falir, presentemente, em Portugal. «Eu falo» é uma declaração ilegítima. Podemos aventar a hipótese de vir a falir, porque «eu falirei» é uma forma aceitável do verbo falir. E quem já tiver falido não tem salvação, porque também é perfeitamente legítimo afirmar «eu fali». Mas ninguém pode dizer que, neste momento, «fale».
Acaba por ser justo que o verbo falir registe estas falências na conjugação. Justo e útil, sobretudo em tempos de crise. Basta que os portugueses vivam no presente - que, além do mais, é dos melhores tempos para se viver - para que não «falam» (outra conjugação impossível). Não deixa de ser misterioso que a língua portuguesa permita que, no passado, se possa ter falido, e até que se possa vir a falir no futuro, ao mesmo tempo que inviabiliza que se «fala», no presente. Se eu nunca «falo», como posso ter falido? Se ninguém «fale», porquê antever que alguém faliria? Talvez a explicação esteja nos negócios import/export. Nas outras línguas é possível falir no presente, pelo que os portugueses que têm negócios com estrangeiros podem ver-se na iminência de falir.
Bem sei que [vários] linguistas se opõe a que o verbo falir seja considerado defectivo. Mas essa é uma posição que tem de ser considerada antipatriótica. É altura de a gramática se submeter à economia. Tudo o resto já se submeteu."
by Ricardo Araújo Pereira, in "Boca do Inferno", revista Visão (31.maio.2012)
P.S.: Congratulam-se os bandidos pelo facto de, finalmente (!), o RAP ter tido a decência de nos referir nas suas rubricas semanais na revista Visão - até porque, não rara vez, temos sido nós a plag...referi-lo aqui.
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