"Quando [o 'professor Álvaro' (que partilha o ofício com o professor Karamba)] decreta o princípio do fim [da crise], o ministro parece estar a associar à crise um paradoxo de Zeno. A crise tem um fim, o que reconforta, mas esse fim tem um princípio e, supõe-se, um meio e um fim, o que alarma. De acordo com Santos Pereira, para o ano estaremos no princípio do fim da crise, ficando a faltar o meio do fim da crise e o fim do fim da crise. Mas quem nos garante que o fim do fim da crise não tem, também ele, um princípio, um meio e um fim? Suponha-se que, passado o princípio do fim da crise, em 2012, chegamos ao fim do fim da crise em 2013. Mas teremos chegado ao fim do fim da crise, ou estaremos nessa altura apenas no princípio do fim do fim? E não terá o fim do fim da crise também um princípio, um meio e um fim? Se tiver, esta pode ser uma crise infinita. E, uma vez que estamos em Portugal, essa é uma possibilidade bastante forte."
by Ricardo Araújo Pereira in "Boca do Inferno", revista Visão (17.nov.2011)
1 comentário:
E que grande bola de neve se criou! eheh
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