"Se calhar sou só eu e a malta cá no meu café, mas o caso grave não nos parece que seja um ex-primeiro-ministro ser detido (como “só aconteceu na Ucrânia e em Itália” plangem as vozinhas na televisão) mas sim ser possível dizer-se, em 2014 e num regime supostamente democrático que salvo por “crime de sangue em flagrante delito” não é aceitável deter um antigo primeiro-ministro.
Um antigo primeiro-ministro tratado com a mesma severidade com que o estado trataria qualquer outro suspeito, sem ligar às ondas de choque políticas que tal severidade possa causar, a mim e à malta lá no meu café, parece-nos uma coisa nova e moderna, de democracia do norte da Europa, de república a sério (e sem bananas), dum estado que vê no assumir do problema um caminho para a cura. Se calhar somos só nós, mas este pequeno sobressalto histórico, mais do que qualquer outra coisa nos últimos 30 anos, só nos consolidou a confiança nas instituições."
by Tiago Matos Silva in P3
terça-feira, 25 de novembro de 2014
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