sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Import/Export # 180: A presumível CULPA de Sócrates

«Da mesma forma que os gatos têm sete vidas, eu acho excelente que um cidadão tenha sete presunções de inocência. O problema de José Sócrates, tal como o de um gato que falece, é que já as gastou. Sócrates foi presumível inocente na construção de casas na Guarda, foi presumível inocente na licenciatura da Independente, foi presumível inocente na Cova da Beira, foi presumível inocente no Freeport, foi presumível inocente na casa da Braamcamp, foi presumível inocente no assalto ao BCP, foi presumível inocente na tentativa de controlar a TVI, foi presumível inocente no pequeno-almoço pago a Luís Figo. Mal começou a ser escrutinado, a presunção de inocência tornou-se uma segunda pele.

Claro que José Sócrates continua presumível inocente aos olhos da justiça, e assim continuará até ao trânsito em julgado da sentença. Claro que a presunção de inocência é pedra angular de uma democracia decente e de qualquer sistema judicial digno. Mas eu não sou juiz, nem polícia. Sou um cidadão e um colunista. E, enquanto tal, tenho todo o direito – repito: todo o direito – de presumir (...) que Sócrates é culpado daquilo que o acusam.

(...) Quando vejo Miguel Sousa Tavares ou Clara Ferreira Alves mais entretidos a discutir fugas de informação e timings de detenção do que a possibilidade muito real de um ex-primeiro-ministro ser corrupto, eu sei que eles estão menos a defender Sócrates do que a defenderem-se a si próprios, e àquilo que andaram a escrever ao longo dos anos.

Ainda ontem, no DN, Ferreira Fernandes dizia o seguinte: “Em 2009, escrevi: ‘Prendam-no ou calem-se.’ A turba, com muita gana mas sem prova, chegou primeiro do que a opinião pública – e depois?” E depois, caro Ferreira Fernandes, é que ali entre 2007 e 2011 boa parte da opinião pública preferiu fechar os olhos ao elefante no meio da sala. Se não havia provas, havia infindáveis indícios – e boa parte da opinião pública preferiu engolir as teses surreais de Sócrates, mantendo-se impassível diante do sufoco evidente do poder judicial às mãos do poder político. Viram, ouviram e leram. Mas preferiram ignorar. É uma escolha, claro. Só que convém assumi-la, até para que ninguém a esqueça.»

by João Miguel Tavares in jornal Público

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

A frase da semana # 202

"Disseram-me que a Bolívia tem um ministro da marinha e nem tem mar! Não vejo qual é o espanto, nós também temos uma ministra da justiça..."

by Adolfo Dias in Twitter

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Novas palavras que sempre fizeram falta # 9

"Adofas: adj. | Palavras que, quando lidas de trás para a frente, parecem asneiras mas não são. Exemplo: ladrem, atupa, atar, aderem, fatiem."

by Anónimo in "Novas palavras novas" (FB)

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Import/Export # 179: O Socas não deu à soca

"Se calhar sou só eu e a malta cá no meu café, mas o caso grave não nos parece que seja um ex-primeiro-ministro ser detido (como “só aconteceu na Ucrânia e em Itália” plangem as vozinhas na televisão) mas sim ser possível dizer-se, em 2014 e num regime supostamente democrático que salvo por “crime de sangue em flagrante delito” não é aceitável deter um antigo primeiro-ministro.

Um antigo primeiro-ministro tratado com a mesma severidade com que o estado trataria qualquer outro suspeito, sem ligar às ondas de choque políticas que tal severidade possa causar, a mim e à malta lá no meu café, parece-nos uma coisa nova e moderna, de democracia do norte da Europa, de república a sério (e sem bananas), dum estado que vê no assumir do problema um caminho para a cura. Se calhar somos só nós, mas este pequeno sobressalto histórico, mais do que qualquer outra coisa nos últimos 30 anos, só nos consolidou a confiança nas instituições."

by Tiago Matos Silva in P3

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

A frase da semana # 201

"Já ouviu um discurso do primeiro-ministro? A quantidade de erros de português que ele dá... Como é que podemos ser governados por pessoas que nem sequer sabem falar português? Não posso com esta mediocridade, com este vazio de ideias, com esta mentira constante."

by António Lobo Antunes in revista Visão

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Novas palavras que sempre fizeram falta # 8

"Totobolso: s. m. | Dinheiro que aparece de surpresa na algibeira de um casaco que não usamos há muito tempo."

by Anónimo in "Novas palavras novas" (FB)

Novas palavras que sempre fizeram falta # 7

"Euclipse: s. m. | Perda súbita de identidade associada à chegada de um(a) namorada nova / namorado novo."

by Anónimo in "Novas palavras novas" (FB)

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Novas palavras que sempre fizeram falta # 6

"Lolmnívoro: s. m. | Pessoa que acha piada a tudo."

by Anónimo in "Novas palavras novas" (FB)

Novas palavras que sempre fizeram falta # 5

"Estatuar: v. | Ficar parado à porta de casa para não ter de fazer conversa com o vizinho que também está a sair."

by Anónimo in "Novas palavras novas" (FB)

Novas palavras que sempre fizeram falta # 4

"Sebastianar: v. | Levar para a frente uma má ideia, como re-aquecer pizza, cortar o próprio cabelo ou combater o exército do sultão Abd al-Malik em Alcácer-Quibir."

by Anónimo in "Novas palavras novas" (FB)

Novas palavras que sempre fizeram falta # 3

"Errotismo: s. m. | Sentir prazer ao encontar erros de ortografia em qualquer frase."

by Anónimo in "Novas palavras novas" (FB)

Novas palavras que sempre fizeram falta # 2

"Dinossábio: s. m. | Aquele que possui um conhecimento profundo sobre temas obsoletos, como saber de cor os números do teletexto ou a chave do totoloto da semana passada"

by Anónimo in "Novas palavras novas" (FB)

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Novas palavras que sempre fizeram falta # 1

"Postignação: s. m. | Condição do indivíduo que, perante várias opções de merda, se vê obrigado a escolher a menos merdosa"

by Anónimo in "Nova palavras novas" (FB)

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

MOVEMBER




A frase da semana # 200

"O Jesus quando olha para o banco fica com aquela cara de quem está no Jamaica e acendem as luzes..."

by Gordo in blog Gordo, vai à baliza