[Mas] esta mega-numismática requer alguns cuidados. O cidadão que deseje continuar a comprar bancos fará melhor se tirar o seu dinheiro dos bancos. É mais fácil comprar os bancos a prestações, através dos impostos, do que investir as poupanças todas duma vez, ficando sem elas. O melhor método, e o mais seguro, parece ser o mais antigo: guardar o dinheiro no colchão. O meu colchão tem várias vantagens. A primeira é que sou eu quem lhe faz a supervisão, e tenho mais tempo para lhe dar atenção que o Banco de Portugal. Todos os dias verifico se o meu colchão abriu offshores nas ilhas Caimão, ou se perdeu milhões em Angola. Até agora, nada. Tem sido um bom colchão, não só a gerir os meus activos como a proporcionar suporte lombar - o que os bancos, aliás, sempre negligenciaram. A segunda vantagem é o rigor e a estabilidade que o colchão me proporciona. Todos os dias saem novas notícias sobre as desavenças e dívidas da família Espírito Santo. Mas a família Molaflex mantém o recato e a discrição própria dos grandes banqueiros de antigamente."
by Ricardo Araújo Pereira in revista Visão (17/07/2014)
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